“No deserto, João Batista pode ver, contemplar e anunciar a presença de Jesus, ‘o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’ (Jo 1,29)”
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O itinerário da nossa vida de fé deve ter como ponto de partida a pessoa de Jesus Cristo. Ele é e será sempre o caminho, a verdade e a vida que nos conduz ao Pai. Mas a graça de Deus e o seu Espírito, agindo na história e na vida dos homens, contribuíram para que algumas pessoas tivessem a vida marcada intensamente pela comunhão de amor com Deus e pela fidelidade com que viveram a missão que lhes foi confiada pelo Senhor.
São Lucas narra no seu Evangelho (Lc 1,5-25) que Zacarias e Isabel, os pais de João Batista, eram justos diante de Deus; mesmo assim, o tempo tinha passado e eles não tinham recebido a graça de ter um filho. Numa sociedade onde a esterilidade era considerada motivo de vergonha ou sinal de um castigo, ambos não deixam de alimentar a esperança e a confiança na providência de Deus. A espera, a oração, a súplica e a fidelidade marcaram a vida daquele casal que foi ouvido e recompensado pelo Senhor com o nascimento de João Batista. Do sinal de castigo Deus fez brotar a vida, da que era estéril nasce o maior dos profetas, que teve a missão de preparar o povo de Israel para o encontro com o Senhor Jesus.
João Batista, escolhido por Deus para uma missão, precisou refletir e compreender o mistério do seu chamado, da sua vocação, e dar uma resposta de amor-compromisso com a missão, dia após dia, sem muitas vezes saber ao certo para onde Deus o conduzia. O que consolava João Batista era saber que a sombra da mão de Deus o protegia e, nos momentos mais difíceis, quando o desânimo batia à porta do seu coração, o que lhe dava forças era saber que no Senhor e junto d’Ele estava a sua recompensa. Confiava mais na fidelidade a Deus do que nas suas próprias forças. Confiava em quem lhe deu a vocação e o enviou em missão. Tinha consciência de que abandonar a sua vocação seria abandonar o próprio Deus e trair a si mesmo.
O precursor do Senhor Jesus deixava transparecer a força do seu temperamento de homem de Deus pela sua austeridade de vida, pela franqueza das suas palavras e pela forma corajosa com que pregava a conversão das pessoas. A sua vocação profética, marcada desde o ventre materno, foi acompanhada de eventos extraordinários que prepararam o nascimento de Jesus.
A figura profética de João Batista é a do homem da austeridade, que vivia no deserto, vestia-se de forma austera e alimentava-se daquilo que a natureza lhe oferecia. O deserto, além de ser um lugar de solidão, de vazio, é também um lugar onde falta o fundamental para viver: a água, a vegetação, a companhia de outras pessoas. Mas o deserto também é o lugar onde no silêncio e na solidão, podemos encontrar a nossa imagem mais verdadeira. Onde podemos contemplar o infinito e confrontarmo-nos, com a nossa fragilidade, como o grão de areia e a solidez da rocha. No deserto, João Batista pode ver, contemplar e anunciar a presença de Jesus, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).
Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul
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