“Temos muitos pais que se preocupam e procuram acompanhar todo o processo de Iniciação à Vida Cristã dos filhos, e isto é bastante positivo, mas como Igreja, não podemos nos acomodar, ficando apenas no processo de Iniciação à Vida Cristã”
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Como cristãos, não podemos deixar que o egoísmo domine a nossa vida. Quando nos fechamos no nosso egoísmo, perdemos o sentido de comunidade, acabamos nos isolando e restringindo o sentido da vida em torno de nós mesmos.
O Senhor Jesus veio anunciar o Reino de Deus, para que tenhamos vida e vida em abundância. Mas o caminho do encontro com o Senhor da vida passa pelo nosso coração e pelo encontro com os irmãos. A fé, esta grande virtude, junto com a esperança, guia e sustenta o nosso peregrinar terreno, mas ela precisa ser cultivada e celebrada. A fé não é um sistema de segurança que nos priva das provações, dúvidas e incertezas da vida. Mas é um dom, que coloca o homem na aventura de caminhar no mistério de Deus.
A esperança, como a fé, “não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Aquele que crê, como discípulo do Mestre Jesus, coloca-se na escuta e procura com confiança, a salvação que vem de Deus. Sem relativizar a verdade, prossegue sempre na procura, que é o melhor modo de proteger-se dos erros e do egoísmo, que nos levam ao isolamento mental e comunitário e nos impedem de ver a realidade.
Como discípulos e missionários do senhor Jesus, não podemos nos acomodar, achando que tê-lo conhecido é o suficiente para alimentar a nossa vida de fé. Em cada tempo e em cada lugar, devemos ter a ousadia de viver a dimensão missionária da nossa fé, anunciando Jesus Cristo às pessoas. O encontro com o mestre Jesus proporciona ao discípulo, não só admiração, mas uma resposta, uma adesão à caminhada de fé, que se alimenta do pão da Palavra e do pão da Eucaristia.
A família e a comunidade foram os lugares que favoreceram, ao longo da história, o processo de iniciação à vida cristã, o cultivo da fé e a transmissão de valores cristãos. Mas nos últimos anos a família tem passado por um grande processo de transformação, perdendo, em algumas realidades, sua capacidade de ser o lugar ideal e privilegiado da iniciação cristã das crianças e dos jovens, onde o testemunho de fé dos pais contagiava os corações dos filhos. A comunidade, lugar de celebração da fé, passou e continua passando por um grande processo de transformação social e religiosa. No entanto, para manter sua identidade de comunidade cristã, as pessoas que dela fazem parte, devem continuamente colocar-se na escuta de Deus, como discípulas, para poderem anunciar Jesus como missionárias, pelo testemunho e pela palavra.
Temos muitos pais que se preocupam e procuram acompanhar todo o processo de Iniciação à Vida Cristã dos filhos, e isto é bastante positivo, pois revela também um cuidado com a vida espiritual da própria família. Mas como Igreja, comunidade e povo de Deus a caminho, não podemos nos acomodar, ficando apenas no processo de Iniciação à Vida Cristã. É necessário ajudarmos os adolescentes e os jovens a fazerem um encontro pessoal com Jesus Cristo, não tendo presente só os sacramentos de iniciação à vida cristã, mas o cultivo permanente da amizade com Ele, pela oração, na participação nas celebrações litúrgicas, e na participação das pastorais e movimentos, que envolvem os discípulos do Senhor no compromisso missionário.
+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul
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