“Devemos ter presente que Deus continua, através da sua Palavra, falando ao nosso coração na realidade de hoje, fazendo parte da nossa vida, da nossa peregrinação terrena. Com a Palavra, podemos alimentar a nossa fé e a nossa esperança na eternidade”
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! A Palavra de Deus tem um papel fundamental na vida da Igreja e de cada cristão. E é com esse espírito de amor materno que a Igreja nos convida a celebrar o mês da Bíblia, em setembro. A Bíblia Sagrada não é somente um livro, mas o livro sagrado que revela a experiência de fé e a resposta da comunidade dos que creem, na proposta salvífica de Deus. Essa experiência de fé cria e solicita, no tempo, vivas e generosas respostas do coração humano ao apelo divino, que contribuem para aprofundar o significado dos textos inspirados e enriquecem a sua compreensão, para o nosso crescimento espiritual como povo de Deus a caminho da casa do Pai.
A Bíblia Sagrada traz em si a voz do homem que invoca Deus, e a voz de Deus que o chama à salvação e à comunhão com a sua vida divina. Ela entrelaça em si, história e eternidade, é a narração viva e eficaz de um encontro e de um diálogo entre o Criador e Senhor e a sua criatura. Por isso, é importante ter presente, quando nos aproximamos do texto da Sagrada Escritura, através da leitura ou como ouvintes, que a palavra e a ação divina não são suspensas nos céus míticos e místicos, mas são envolvidas na trama, muitas vezes atormentada e difícil, dos acontecimentos humanos que envolveram e envolvem o povo de Deus. Ela nos revela que Deus se faz presente, é paciente e conduz o seu povo progressivamente num caminho de conversão, onde pode conhecer e praticar a lei do amor e do perdão. Nas páginas da Bíblia encontra-se também uma voz que inquieta e que julga, que purifica e transfigura.
Valorizar a Palavra de Deus, na caminhada de vida espiritual, é fundamental para a nossa vida de fé. A Sagrada Escritura nos revela como Deus falou aos homens, através de outros homens, por Ele escolhidos para esse fim, mas, sobretudo, por meio de seu Filho Jesus Cristo (Heb 1,1-2). Desse modo, a Palavra de Deus tornou-se linguagem humana, sem deixar de ser Palavra de Deus, assim como o Filho de Deus se fez homem, sem deixar de ser Deus; e sujeitou-se, tal como Ele, às limitações e condicionamentos da palavra humana, exceto no erro formal.
A verdade da Bíblia é consequência imediata da Inspiração. Com efeito, se Deus é o autor da Bíblia, se toda ela é obra do Espírito Santo, não pode conter qualquer afirmação que vá contra a verdade e a santidade do mesmo Deus. No entanto, não podemos buscar na Bíblia qualquer verdade, mas só aquela que interessa à salvação do homem, ou seja, a verdade religiosa, e só aquela que Deus, causa da nossa salvação, quis que fosse registrada nas Escrituras. Trata-se de uma verdade não puramente especulativa, mas concreta, que não se dirige apenas à inteligência, mas ao homem todo; uma verdade que é preciso descobrir, através dos muitos e variados gêneros literários; uma verdade progressiva, revelada por etapas, obedecendo à pedagogia de Deus em relação aos homens; uma verdade que está em toda a Bíblia e não apenas num livro ou num texto isolado. Por isso, a verdade dos textos sagrados só resulta da totalidade da Bíblia.
Devemos ter presente que Deus continua, através da sua Palavra, falando ao nosso coração na realidade de hoje, fazendo parte da nossa vida, da nossa peregrinação terrena. Com a Palavra de Deus, podemos alimentar a nossa fé e a nossa esperança na eternidade. Mas precisamos também sentir na vida, muitas vezes sofrida e machucada, o amor misericordioso, que emana da ternura e da bondade do Pai, revelado através da sua Palavra.
+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul
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