“Como discípulos e discípulas do Senhor Jesus não devemos nos esconder, muito menos nos fechar, demonstrando temor e medo diante do mundo que pede e precisa do testemunho da nossa fé no Ressuscitado”
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! No primeiro Domingo após a Festa da Páscoa, a Igreja convida seus filhos e filhas para celebrarem o “Domingo da Divina Misericórdia”; tendo presente que o Senhor Jesus nos ensinou que o Pai é misericordioso e piedoso para com seus filhos e filhas. Na vida, penso que muitos de nós já fizemos a experiência de nos colocar diante de Deus Pai para clamar por sua misericórdia, expressando a confiança no seu amor, num grito de dor que saía do silêncio e do mais profundo do nosso coração.
Ao olharmos para a nossa vida de “peregrinos de esperança” neste mundo, devemos admitir que muitas vezes não fizemos aquilo que o Senhor nos pediu; em certas situações nem agimos como cristãos comprometidos com os ensinamentos do Evangelho. No entanto, apesar das nossas fragilidades, devemos ter presente que a misericórdia de Deus para com a humanidade, manifestada na encarnação, morte e ressurreição do Senhor, é um dom: nós somos salvos por Jesus, não nos salvamos por nós mesmos.
Na inquietude do nosso coração, diante das guerras e das provações que a vida nos apresenta, podemos ser tentados a perguntar: onde está Deus? Encontraremos a resposta se deixarmos aberta a porta do nosso coração e permitirmos que o Ressuscitado entre na nossa vida. É na comunhão com ele que vamos descobrir que Deus é justo e misericordioso. A justiça é certa, mas a misericórdia de Deus não se pode calcular, ela foge aos parâmetros humanos, ela é oferecida livremente por amor. Ela não cancela a justiça, mas ajuda o homem a submeter-se à justiça divina.
Quando na nossa peregrinação terrena encontramos o Senhor Jesus Ressuscitado e nos dispomos a segui-lo, ele muda o nosso coração, pois seguimento é deixar-se tomar pela misericórdia. É “a misericórdia que muda e transforma o coração; reconcilia e reconforta aqueles que creem. Ela é a bondade de Deus, que “não conhece confins e não discrimina ninguém”, busca e acolhe a todos (Papa Francisco).
A fé é certamente um dom, e aqueles que creem no Senhor ressuscitado são envolvidos num caminho de busca que os conduz a Deus, através da escuta da Palavra, da oração, da interpretação dos sinais e na prática da caridade para com os irmãos. Quem espera “ver para crer” corre o risco de permanecer eternamente cego na fé, de não acolher as muitas provas da misericórdia de Deus já à nossa disposição; a primeira entre todas é a morte e ressurreição de Cristo.
A comunidade cristã manifesta a comunhão com o senhor Jesus através da comunhão entre seus membros. Quando vive uma autêntica comunhão de fé ela se torna também lugar de perdão e de anúncio da misericórdia de Deus. A comunidade deve ser lugar de acolhida para quem tem dificuldade em crer e necessita encontrar irmãos que deem testemunho do amor e da misericórdia de Deus. Ela é o local por excelência da comunhão, mas não é possível haver comunhão sem a misericórdia que se expressa no perdão e na reconciliação com Deus e com os irmãos.
Como discípulos e discípulas do Senhor Jesus não devemos nos esconder, muito menos nos fechar, demonstrando temor e medo diante do mundo que pede e precisa do testemunho da nossa fé no Ressuscitado. Devemos ser no mundo, a partir da realidade onde vivemos e atuamos, portadores de esperança, anunciadores da misericórdia e da salvação que nasceu da entrega da vida de Jesus na cruz.
Estimados irmãos e irmãs! No dia primeiro de maio celebraremos o Dia do Trabalho, do Trabalhador e de São José Operário. Não podemos deixar de trazer presente, diante do Ressuscitado, os trabalhadores e trabalhadoras, o mundo do trabalho, com seus desafios e esperanças. Trabalho é muito mais que um emprego, pois ele significa dignidade; é um elemento fundamental para a dignidade da pessoa humana, nos recorda o Papa Francisco.
Dom José Gislon, OFMCap.
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