No ano de 1904, em sua única visita ao Brasil, o bispo de Piacenza, celebrou Missas e realizou crismas em diversas cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Garibaldi, Nova Bassano e Veranópolis
A Diocese de Caxias do Sul se alegra, com a Igreja Católica no mundo inteiro e com as congregações dos padres Missionários de São Carlos Borromeu e das irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu – Scalabrinianas, bem como os Leigos Missionários Scalabrinianos. No próximo domingo, 09 de outubro, às 10h15min (horário de Roma) – 05h15min (horário de Brasília), o Papa Francisco irá presidir, no Vaticano, a Missa em que o beato João Batista Scalabrini será proclamado santo, ao lado do também beato Artémides Zatti.
Em 1904, em sua única visita ao Brasil, o bispo de Piacenza, Dom João Batista Scalabrini incluiu o Rio Grande do Sul em seus compromissos e conheceu as cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Porto Alegre, Encantado, Garibaldi, Nova Bassano e Veranópolis. Passou pela região onde crismou muitos jovens.
Quem foi João Batista Scalabrini?
Scalabrini nasceu na Itália, na cidade de Como, em 8 de julho 1839. Aos 18 anos de idade ingressou no seminário diocesano para ser sacerdote. Ao conhecer os padres missionários que foram trabalhar na Índia e na África, muito desejou um dia ser também missionário. Jovem exemplar nos estudos e na fé foi um homem de olhar atento, coração cheio de compaixão e caridade. Foi ordenado padre e depois escolhido bispo em 16 de dezembro de 1875 na cidade de Piacenza sob grande admiração da população pelas suas virtudes. Por motivos pessoais não aceitou, mais tarde, por duas vezes, o pedido do Vaticano para ser Cardeal. Amou sempre seu rebanho para além de sua Diocese e de seu País.
Ao ver seu povo migrar, partindo para a América, numa situação de pobreza e abandono, marcou para sempre seu coração. Ainda mais, quando, Scalabrini recebeu uma carta de um emigrante da América do Sul, suplicando que um padre fosse para aquela região, porque, como dizia, “aqui se vive e se morre como os animais”. O Bispo que tanto desejou ser missionário quis que sacerdotes, irmãs, irmãos e leigos, acompanhassem o destino dos migrantes. Por isto, fundou a Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeu, hoje conhecidos como Carlistas ou Scalabrinianos.
Em 25 de outubro de 1895 fundou, com esta mesma finalidade, a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos – Scalabrinianas, com a ajuda de padre José Marchetti e da Bem-aventurada Madre Assunta Marchetti e abriu o campo da emigração também para as Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração.
O Beato João Batista Scalabrini é conhecido como o “Pai dos Migrantes, Apóstolo da Catequese e da Reconciliação”. Fez da casa episcopal salas para catequese. Administrava a catequese aos jovens e escreveu material sobre o tema. Scalabrini, como excelente observador da realidade de sua época, fundou um Instituto para surdos-mudos e uma organização assistencial para mulheres abandonadas das zonas rurais, pertencentes à sua Diocese. João Batista nos ensina que a reconciliação é o caminho da construção da cidadania universal. A migração é um convite para a globalização da solidariedade.
Foi conhecido como o “Bispo das mãos furadas” pois tudo o que recebia passava adiante aos mais necessitados.
Na lógica da Palavra de Deus, o migrante nos recorda que estamos de passagem, buscando “uma pátria que não é terrena” e ao mesmo tempo nos ensina que para o deserdado, “a pátria é a terra que lhe garante o pão”. Pois a “fome é má conselheira”. Diante da situação onde mais de um milhão migraram, ele se perguntava “Por que tanta gente emigra? ” A emigração não é um prazer, mas uma necessidade inevitável.
Nos últimos anos de sua vida, em 1901, visitou os migrantes dos Estados Unidos e do Brasil. Passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e as colônias italianas do Rio Grande do Sul, entre elas, várias que hoje pertencem à Diocese de Caxias do Sul. Aproveitou a ocasião para visitar o irmão que havia migrado para Argentina, que não se viam há 36 anos. Voltou satisfeito da viagem pela América e veio a falecer pouco tempo depois, em 1º de junho de 1905. João Batista Scalabrini foi beatificado em 09 de novembro de 1997, pelo Papa João Paulo II.
O Papa convocou um consistório para a canonização do João Batista Scalabrini, com a dispensa do segundo milagre no ano em que as congregações por ele fundadas celebram os 25 anos de sua beatificação. Para tal foi conferido o consenso com os bispos de toda a Igreja para levar ao mais alto grau dos altares o bispo já considerado, no coração de todos em todas as partes do mundo, como o santo padroeiro dos migrantes. Foi o que aconteceu com a decisão de Francisco de convocar um consistório para a canonização de João Batista Scalabrini, o bispo de Piacenza que no final do século XIX fundou as Congregações dos Missionários e das Missionárias de São Carlos com a missão específica de servir os migrantes.
Os padres, irmãs e leigos Carlistas Scalabrinianos na Diocese de Caxias do Sul
“Na Igreja, ninguém é estrangeiro”, é o que diz o lema de Dom Alessandro Ruffinoni, bispo emérito de Caxias do Sul, que é Carlista Scalabriniano e reside no Santuário de Caravaggio. Atualmente, na Diocese de Caxias do Sul, além de Dom Alessandro, a congregação masculina realiza o atendimento pastoral da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Nova Bassano, no Vicariato de Nova Prata.
A Congregação das Missionárias de São Carlos Borromeu – Scalabrinianas tem um belo e importante trabalho voltado ao cuidado com os migrantes, por meio do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), em Caxias do Sul. Em diversas cidades da Diocese, como Caxias do Sul, Farroupilha e Bento Gonçalves, as irmãs atuam também com a educação, por meio das escolas. Na região há também um grupo de leigos e leigas com o carisma Carlista Scalabriniano, que é acompanhado e atua junto às irmãs.
Celebrações na Diocese de Caxias do Sul
Para celebrar a canonização de Dom João Batista Scalabrini, duas celebrações serão realizadas na Diocese de Caxias do Sul. No sábado, 08 de outubro, às 17h, na Paróquia São Pelegrino, em Caxias do Sul, será celebrada a Eucaristia com a presença das Missionárias de São Carlos Borromeu – Scalabrinianas e dos leigos. A programação iniciou com um tríduo realizado ao longo da semana.
No domingo, 09 de outubro, às 15h, será celebrada Missa em ação de graças pela canonização na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Nova Bassano. No mesmo dia, em Bento Gonçalves, no Santuário Santo Antônio, a relíquia do novo santo estará exposta para veneração.
Colaboração da Irmã Neli Basso, mscs
Fonte: Diocese de Caxias do Sul
No Dia do Doador de Sangue, Hemocentro do RS homenageia entidades parceiras
Centenária imagem de Santo Antônio retorna ao Santuário, em Bento Gonçalves, após mais de 100 dias de restauro
IV Encontro Restaurativo reforça os ideais da cultura de paz em Bento Gonçalves