Delegado alerta sobre golpes praticados em Bento Gonçalves

O Delegado Álvaro Pacheco Becker, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves, está alertando a comunidade sobre os reincidentes casos de estelionato ocorridos na cidade nas últimas semanas. Ele concedeu entrevista na manhã desta quinta-feira, dia 29, e destacou que as principais ocorrências são os golpes do aluguel de temporada, falso parente, falso sequestro e golpe do bilhete premiado.

Os crimes geralmente são praticados através do contato telefônico, acontecem há algum tempo mas costumam se intensificar com a chegada do final de ano. Em geral as ligações partem de estabelecimentos prisionais. Os criminosos usam do desespero das vítimas para atender suas exigências e muitas vezes falseiam a voz do ente que supostamente foi sequestrado. A vítima acaba passando, sem perceber, informações aos bandidos e em alguns casos essas informações são coletadas pelos próprios meliantes nas redes sociais.

Conforme o delegado, a orientação nessa situação é tentar entrar em contato com a pessoa que se supostamente foi sequestrada.

“Normalmente durante o crime os golpistas procuram manter a pessoa ocupada no telefone para que ela não consiga fazer ligações, usando de ameaças para evitar que a vítima desligue. É possível que a pessoa ligue para o ente querido e não consiga o contato,” explica.

Nesses casos do falso sequestro, a pessoa não deve se desesperar, mas manter a calma e pensar onde o familiar deveria estar nesse momento. Há casos em que o crime é executado em momento que se sabe que a pessoa estaria com o celular desligado, como aulas ou na igreja, por exemplo.

Sempre procure a polícia para que as devidas providências sejam tomadas. Caso exista algum receio peça a algum parente ou pessoa próxima que faça o contato enquanto a vítima continue conversando com o sequestrador no telefone.

Outra modalidade similar é uma ligação informando que um parente se acidentou e pede dinheiro para que dê entrada no hospital, mentindo que o SUS não cobre a internação, ou então que necessita de auxílio financeiro para guincho ou mecânico. Nesse caso o criminoso se identifica como policial e a orientação é a mesma para o falso sequestro: a vítima deve tentar entrar em contato com o parente e verificar se o mesmo está de fato acidentado.

O outro golpe que cresce nesse período do ano é o do aluguel de temporada ou golpe da casa de praia. No anúncio, a casa é grande e linda. E o preço? Bem baixo. Mas não se engane. Essa casa não existe! O resultado são famílias frustradas que perderam dinheiro e a alegria das férias.

O delegado explica que esses golpes geralmente se dão através das redes sociais ou de sites não confiáveis e após os depósitos de garantia, os locatários simplesmente desaparecem. A dica é contatar as imobiliárias das praias e verificar se a casa realmente está para alugar.

“As pessoas entram em sites não confiáveis e vêem promoções de mansões que tranquilamente o valor, só olhando, a gente já vê que não é real, mas mesmo assim arriscam e depositam o dinheiro para garantir o aluguel. Logo depois que fazem o depósito nunca mais conseguem entrar em contato com aquele telefone ou aquela pessoa. Antes de qualquer pagamento, as pessoas devem entrar em contato com as imobiliárias da praia, vejam se aquela casa está realmente pra alugar, tenham todo o cuidado para que não caiam nesse golpe”.

Em qualquer tipo de golpe seja telefônico ou online é importante que você denuncie às autoridades competentes. Assim, estará ajudando a combater os criminosos e terá um registro do ataque sofrido, que poderá ser útil depois, para comprovar perdas. Além disso, as denúncias trazem a possibilidade de que os criminosos que o atacaram sejam presos e punidos.

No Brasil, ainda há poucos órgãos especializados em crimes pela Internet, mas já há delegacias que cuidam desses assuntos. De qualquer forma, é conveniente registrar um boletim de ocorrências na delegacia mais próxima, que encaminhará o caso aos setores especializados.

Confira um trecho da entrevista do Delegado Álvaro Pacheco Becker:

Fonte: Airton Ferreira/Central de Jornalismo da Rádio Difusora

Imagens: Airton Ferreira

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