Pela atuação de referência com foco nos animais silvestres em situação de emergência ou resgatados pelos órgãos ambientais na região, Zoológico da UCS foi sugerido como ponto de investimentos públicos para manutenção e ampliação dos serviços
A UCS recebeu nesta terça-feira, 7 de novembro, representantes de órgãos públicos, privados, organizações voluntárias e interessados em saúde animal durante audiência pública promovida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Caxias do Sul, com a contribuição do Centro de Apoio de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA). O debate buscou soluções conjuntas para tornar mais adequados o recebimento, atendimento e encaminhamento dos animais silvestres em situação de emergência, recolhidos ou apreendidos pelos órgãos ambientais com atuação na Serra gaúcha, visando à proteção à fauna, ao bem-estar animal e ao controle de riscos sanitários.
Durante o compartilhamento de experiências, dificuldades e a busca de soluções, as manifestações evidenciaram a importância dos serviços prestados pelo Complexo de Saúde Animal da UCS, que conta com o Instituto Hospitalar Veterinário (IHVET), desde 2022, e o Jardim Zoológico, que completou 26 anos em 2023. “As falas foram em apoio ao investimento de recursos públicos, tanto municipais quanto estaduais, para a ampliação da estrutura do Zoo a fim de seguir atendendo e acolhendo os animais da fauna silvestre resgatados”, resume o coordenador do Zoológico e diretor do IHVET, professor Leandro do Monte Ribas. Entre os encaminhamentos propostos no encontro está uma reunião a ser agendada entre Ministério Público, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e UCS para debater cooperações que envolvam aportes financeiros para o desenvolvimento e a ampliação das atividades do Zoo.
Inaugurado em 1996, para acolhimento e tratamento dos animais silvestres a partir da demanda dos órgãos ambientais, o Jardim Zoológico da Universidade abriu as portas para visitação no ano seguinte, com foco na educação ambiental. Antes do fechamento ao público, em 2020, chegou a receber 90 mil pessoas da comunidade geral e 9 mil estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio ao ano. Hoje, a estrutura abriga mais de cem animais, todos provenientes de resgate e muitos deles em risco de extinção, 95% deles do bioma regional da Mata Atlântica. A Instituição busca apoios para a manutenção das atividades, cujas despesas mensais estão estimadas em R$ 60 mil, bem como para revitalização do Zoológico com foco no bem-estar animal, na conservação e para viabilizar a reabertura ao público.
Recepção
Antes do evento público de terça-feira, a promotora de Justiça Janaina de Carli dos Santos, que conduziu a audiência, e a coordenadora do CAOMA, procuradora Ana Maria Moreira Marchesan, foram recebidas no Gabinete da Reitoria e contextualizadas pelo reitor, professor Gelson Leonardo Rech, junto ao professor Leandro do Monte Ribas, sobre o Complexo em Saúde Animal e a natureza comunitária da Instituição, refletida na dedicação ao acolhimento e ao tratamento da fauna. O encontro vislumbrou alternativas para dar sustentabilidade ao trabalho realizado. “Além de toda a questão da destinação dos animais, o Zoo da UCS é um patrimônio imaterial de Caxias, muitas famílias se criaram com os pais levando as crianças ao final de semana, passeando”, reconheceu Janaina, no que complementou Ribas: “um patrimônio ambiental, educacional, cultural e turístico”. “Gostaríamos de reformá-lo e reabrir para a comunidade, mantendo as atividades que são de referência e retomando iniciativas como a visitação escolar”, manifestou o reitor.
Declarações
Na condução do expediente, a promotora Janaina contextualizou a preocupação dos órgãos públicos e ambientais relacionada à destinação dos animais silvestres em um cenário no qual oito de cada dez animais recolhidos no Rio Grande do Sul pertencem à região da Serra gaúcha. O dado foi compartilhado em reunião que propôs a audiência para aprofundar o debate e também considerou a criação de um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) na região. “Pela legislação, nós do MP entendemos que há uma necessidade de que todos os entes federados que fazem parte do Sistema Nacional do Meio Ambiente criem alguma forma de estrutura para recebimento, atendimento e encaminhamento provisório e definitivo desses animais”, afirmou. Ao abrir o encontro, o reitor Gelson Leonardo Rech valorizou a dedicação e a causa, convidando à união para estabelecer caminhos. “O patrimônio da UCS é voltado para a região há 56 anos, a exemplo de estruturas como o IHVET e o Zoo. A composição com os municípios é importante para a manutenção desses equipamentos”, pontuou.
Coordenadora do Centro de Apoio de Defesa do Meio Ambiente, Ana Marchesan exaltou a relevância da “preocupação de tantas pessoas, entidades, Universidade e órgãos ambientais com os animais, nesse caso os silvestres”, com papel especial na vida e no equilíbrio ecossistêmico.
O secretário do Meio Ambiente de Caxias do Sul, João Uez, manifestou apoio municipal ao tema, à presença de um CETAS na região e destacou a atuação dos órgãos públicos e da UCS nesse contexto. “O Instituto Hospitalar Veterinário é modelo não só para Caxias, mas para todo o Estado, senão para o Sul do país”. O presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, vereador Olmir Cadore, reafirmou a importância de debater o tema, responsabilidades e buscar caminhos.
Foto: Bruno Zulian
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