Peças estão sendo produzidas dentro do projeto “Vida entre nós”, além de ter um caráter de resgate dessa técnica
Nas salas de aula dos 6º ao 9º anos da EMEFs Agostino Brun e Vânia Medeiros Mincarone, desde o início do ano letivo, a professora de Artes, Greice De Barba Razzera, apresentou uma proposta diferente para seus alunos. Os materiais: agulha e linha, e uma técnica muito associada as avós e tias. Sim, os alunos estão aprendendo a fazer crochê. Entre aprendizados e conversas, tem-se uma produção que começou com quadradinhos, cachecóis, poncho, entre outras peças, tão características desta habilidade manual.
A preocupação da professora Greice para com o ensinamento do crochê é para que essa técnica não caia no esquecimento, em desuso, se perca no tempo, além de integrar o projeto “Vida entre nós” que visa auxiliar os atingidos pelas enchentes. Dessa forma, esse conhecimento cultural pode ser transmitido de geração em geração e, como se vê pelas mãos frenéticas dos alunos para esse conhecimento, o crochê já está inserido na comunidade escolar, assim como, para a vida. Faz-se necessário e urgente que saberes e fazeres sejam resgatados e reinseridos, pois trazem uma expressão própria e de vínculo, trabalhando num processo que fortaleça sua prática, além de ter um caráter solidário, que hoje envolve em torno de 200 alunos das EMEFs Agostino Brun e Vânia Medeiros Mincarone.
De início, foi ensinado a segurar a linha e a agulha e fazer a correntinha, para depois aprender outros pontos como baixo, alto, meio alto e baixíssimo. Luís Otávio Velasques, do 6º ano da EMEF Agostino Brun, está gostando muito de aprender a fazer o crochê. Além de ser bom para a mente, as peças que estão produzindo vão ser doadas para as pessoas afetadas pelas fortes chuvas dentro do projeto “Vida entre nós” o qual recebeu do Instituo Brasil Solidário 150 novelos de lã. “É uma terapia. Quando você está estressado, eu pego e começo a fazer. Quando você vê, está tudo pronto para fazer o ponto final. Eu comecei com os quadradinhos e passei para o cachecol com capuz que vamos doar para as pessoas das enchentes”, ressalta.
Julia Bertan, do 9º ano da EMEF Vânia Medeiros Mincarone, gostou de trabalhar com o crochê. “Achei muito legal porque podemos ajudar as pessoas na escola e eu descobri o crochê com a professora”. Para o aluno do 7º ano do mesmo educandário, Gustavo Razia, “é uma experiência muito legal e saber que vamos ajudar os desabrigados da enchente dá uma motivação da gente continuar a fazer. É emocionante dar esse carinho”.
A professora Greice tem uma ligação muito forte com o crochê. Ela tinha uma tia que queria ensiná-la, mas que veio a falecer. Dessa tia, Greice recebeu materiais, panos, enxoval, e iniciou a técnica junto com a avó, amigas da mãe, além de pesquisar em revistas. Em sua pós-graduação realizada em Artes Visuais produziu esculturas em crochê e sacolas plásticas e começou a pesquisar mais sobre o artesanato e artistas da área,
“Faz tempo que eu trabalho e pesquiso sobre crochê e quero aproximá-lo mais para juventude. Os alunos ficaram encantados. No começo disseram ‘minha avó faz, minha tia faz’, como se fosse algo distante. Até o momento em que eles começaram a colocar a mão na massa e viram que conseguiam fazer. Os alunos trabalham em equipe e se ajudam muito e já fazem outras peças”.
E o crochê também teve uma boa recepção por parte dos pais. “Teve um menino que ficou muito contente por ensinar a mãe a fazer crochê. Teve um outro que o pai disse que ‘não é algo para guri fazer’, mas o filho convenceu-o e, hoje, o pai, que é caminhoneiro, viaja e traz os quadradinhos para ele. A gente apresentou e a comunidade escolar e os pais abraçaram a ideia e compartilham esses momentos de crochê”.
Ressalta-se, ainda, que o 7° ano da Agostino está conhecendo a cultura indígena a partir do Tear. “Iniciaram com papel, depois com papelão vertical e circular utilizando linhas. E agora, utilizando linhas doadas pela empresa ALEZE, estão criando tapetes com o tear de pregos, para a sala de criatividade e inclusão que a escola está criando para desenvolver o bem-estar físico e mental”, comenta a professora.
Siga o projeto “Vida entre nós” no Instagram https://www.instagram.com/projetovidaentrenos?igsh=aWVxdXRuOTI4dDl5
Fonte: Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
Fotos: Jose Martim Estefanon
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