Passagens subterrâneas devem diminuir atropelamentos de espécies ameaçadas de extinção
A construção de seis passagens subterrâneas de fauna na Rota do Sol (ERS-486), em Itati, no Litoral Norte gaúcho, está em estágio avançado. Iniciada em novembro pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) – vinculado à Secretaria de Logística e Transportes – a obra tem como objetivo evitar a morte por atropelamento de espécies que vivem na Reserva Biológica Estadual Mata Paludosa.
Todas as passagens já estão implantadas e, no momento, ocorre a instalação da cerca ao redor das estruturas – para impedir o acesso dos animais à pista. “É uma satisfação acompanhar o bom andamento dos serviços, especialmente por acreditarmos ser uma iniciativa inédita no país. É um desafio recompensador que esperamos concluir ainda neste trimestre”, destaca o diretor-geral do Daer, Luciano Faustino.
A próxima etapa é a realização de um monitoramento, que deve durar de um a dois meses, para verificar a eficiência dos dispositivos de proteção da fauna. A expectativa é de que eles ajudem a diminuir os atropelamentos de animais – em 90% dos casos, anfíbios. Três espécies locais estão em risco de extinção (conforme Decreto Estadual de 2014): a perereca-castanhola (Itapotihyla langsdorffii), perereca-risadinha (Ololygon rizibilis) e perereca-macaca (Phyllomedusa distincta). Esta última é encontrada no país apenas na Mata Atlântica, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
“O Departamento está aproveitando muito bem essa oportunidade para mostrar que pode contribuir com a sociedade de diversas formas, inclusive trabalhando para preservar o nosso patrimônio natural”, diz o diretor de Operação Rodoviária, Sandro Wagner dos Santos, acrescentando que não há previsão de bloqueios parciais ou totais nas próximas semanas em razão dos serviços.
De acordo com o diretor-geral do Daer, a expectativa é não apenas concluir as passagens subterrâneas, mas também criar estruturas pelo alto. “Sabemos que o segmento abriga anfíbios que vivem nas copas das árvores, além de pequenos vertebrados, como gambás. A nossa ideia é protegê-los por meio de um novo modelo de construção, com base de concreto e teto de metal, semelhante a uma passarela”, detalha Luciano Faustino. “Ainda estamos avaliando qual seria o mecanismo ideal e, assim que tivermos recursos financeiros disponíveis, daremos sequência a mais essa ação”, finaliza o dirigente.
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