A temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central permanece com aumento nas anomalias negativas, indicando que a circulação atmosférica manterá a redução da umidade sobre o Rio Grande do Sul para os próximos meses. É o que aponta o último boletim trimestral divulgado na terça-feira (4) pelo Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro).
O prognóstico para os próximos três meses é de precipitação abaixo do padrão, por causa da regularidade das massas frias juntamente com a redução de umidade, especialmente nos meses de outubro e novembro. O predomínio de massas com menor umidade também causará maior amplitude térmica diária ao longo da primavera. O boletim prevê noites um pouco mais frias e tardes um pouco mais quentes, especialmente entre o começo e meio da primavera.
O documento, além de apresentar as previsões de precipitação e temperatura para o trimestre, também relaciona uma série de orientações para os agricultores de diversas culturas adotarem no período. Todas as indicações são baseadas nos dados obtidos pelas instituições relacionadas à agricultura e meteorologia no Estado, como a Fepagro, a Emater/RS-Ascar e o Irga.
Orientações específicas
Culturas de outono/inverno
• Considerando o prognóstico climático de precipitação abaixo da media no período, monitorar a ocorrência de pragas e doenças e observar se há a necessidade de aplicações de defensivos agrícolas.
Arroz
• Considerando a possibilidade de redução de chuvas nos próximos meses, os produtores devem ficar atentos para a questão da captação e armazenamento de água;
• Dentro do possível, dar continuidade à adequação das áreas destinadas à lavoura para próxima safra, principalmente às atividades de preparo e sistematização do solo e drenagem, para possibilitar a semeadura na época recomendada pelo zoneamento agrícola;
• Proceder a semeadura em razão do ciclo da cultivar, primeiro as de ciclo longo, seguidos das de ciclo médio e precoce;
• Para semeaduras até meados de outubro, quando a temperatura do solo for baixa, atentar para que a profundidade da semeadura não seja superior a dois centímetros, a fim de evitar redução no estande de plantas e a consequente desuniformidade no estabelecimento inicial da cultura.
Milho e feijão
• Iniciar a semeadura quando a temperatura do solo, a 5 cm de profundidade, estiver acima de 16°C e houver umidade adequada do solo;
• Escalonar a época de semeadura e utilizar genótipos de diferentes ciclos;
• Tratando-se de plantio direto, fazer o manejo de culturas de inverno voltadas para a proteção do solo;
• Considerando o prognóstico de baixa precipitação, irrigar se possível. Dar preferência à irrigação nos períodos críticos da cultura, floração e enchimento de grãos.
Soja
• Fazer o manejo de culturas de inverno voltadas para a proteção do solo;
• Iniciar a semeadura quando houver umidade adequada do solo;
• Considerando o prognóstico de precipitação abaixo da normal (estiagem), promover a irrigação nos períodos críticos da cultura (florescimento – enchimento de grãos);
• Para o cultivo da soja em terras baixas – solos mal drenados – a drenagem é indispensável.
Hortaliças
• Quando necessário irrigar, dar preferência ao sistema de gotejamento;
• Em ambientes protegidos (túneis e estufas), proceder a abertura o mais cedo possível no lado contrário ao vento;
• Indica-se a produção de mudas em ambiente protegido no sentido de garantir sua qualidade.
Fruticultura
• Promover o manejo da vegetação em pomares com coberturas verdes, de forma que propicie a cobertura morta na projeção da copa das frutíferas para proteger o solo;
• Realizar o monitoramento e manejo fitossanitário de pragas e doenças.
Silvicultura
• Adequar o manejo florestal, considerando a possibilidade de temperaturas mínimas e precipitação abaixo da média climatológica.
Forrageiras
• Considerando o prognóstico de precipitação abaixo da média climatológica, adequar a lotação animal à disponibilidade de pastagens.
Piscicultura
• Considerando o prognóstico de precipitação abaixo da média, o produtor de peixes deve perseguir a manutenção do nível de água do viveiro.
O Boletim Copaaergs completo para o próximo trimestre está disponível neste link.
Texto: Elaine Pinto
Foto: Fernando Dias
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