Conselho de Agrometeorologia lista orientações para o outono

Devido ao evento La Niña, que vem ocorrendo desde o início do ano, a tendência é de que haja menos chuvas nos próximos três meses, fazendo com que os produtores tenham cuidado especial com as reservas hídricas. É o que aponta o mais recente boletim publicado pelo Conselho Permanente de Meteorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), referente aos meses de abril, maio e junho.

De acordo com o documento, o somatório das chuvas previsto para este outono aponta para valores abaixo do padrão climatológico em todas as regiões do Estado. Por isso o alerta para que haja cuidados especiais com as reservas, mesmo em regiões menos afetadas até o momento, visto que as áreas previstas com redução de chuva são variáveis ao longo deste próximo trimestre.

Orientações técnicas

Feijão safrinha, soja e milho

• Colher e armazenar o grão assim que atingir a maturação (ponto de colheita);
• Dar atenção especial ao horário de colheita, velocidade de operação e regulagem da
colhedora, objetivando evitar perdas.

Arroz

• Antecipar a adequação das áreas destinadas à lavoura para a próxima safra, principalmente as atividades de preparo e sistematização do solo e drenagem, para possibilitar a semeadura na época recomendada;
• Considerando os baixos níveis dos mananciais devido ao uso da água para irrigação das lavouras e que o próximo trimestre (abril, maio e junho) indica tendência de chuvas dentro da média, recomenda-se que os produtores fiquem atentos para a questão da captação e armazenamento de água para a próxima safra.

Culturas de inverno

• Escalonar a época de semeadura dentro do período indicado pelo zoneamento agrícola de risco climático;
• Nos cereais, utilizar, preferencialmente, cultivares resistentes a doenças e dar ênfase ao monitoramento de doenças.

Hortaliças

• Evitar irrigar em excesso e não irrigar em dias nublados. Quando necessário, irrigar pela manha. Usar cobertura morta e dar preferencia a irrigação por gotejamento;
• Recomenda-se a produção de mudas em ambiente protegido visando garantir a qualidade das mesmas;
• Em ambientes protegidos (túneis e estufas) priorizar a máxima ventilação possível;
• Proceder à abertura o mais cedo possível e fechamento mais tarde, exceto para proteção em condições de chuva e vento;
• Dar ênfase ao monitoramento de doenças, principalmente daquelas favorecidas pelo molhamento da parte aérea ou excesso de umidade no ar ou no solo.

Fruticultura

• Manter a cobertura vegetal nas entrelinhas das plantas, de forma que esta proteja o solo e retenha a água;
• Para minimizar danos por geada em frutíferas, evitar a adubação com nitrogênio, tendo em vista o estímulo a novas brotações no período frio;
• Para cultivos em ambiente protegido recomenda-se retirar as telas para aumentar a disponibilidade de radiação para as plantas;
• Nas frutíferas de clima temperado realizar os tratamentos de inverno para redução de fonte de inoculo.

Silvicultura

• Em povoamentos florestais, deve ser evitada a adubação mineral ou orgânica com elevadas concentrações de nitrogênio;
• Para produção de mudas florestais em céu aberto, caso o viveirista tenha necessidade de aplicar fertilizantes, deve aumentar a relação potássio/nitrogênio da formulação mais indicada para cada espécie e estádio.

Pastagens

• Realizar o plantio de forrageiras de inverno, anuais ou perenes, assim que houver condições adequadas de umidade do solo;
• Reduzir a carga animal em pastagens naturais;
• Diferir potreiros com pastagens cultivadas de inverno e campo nativo melhorado com sobressemeadura de espécies hibernais para permitir o reestabelecimento dessas espécies e acumular forragem para o período hibernal.

Piscicultura

• Para evitar mortalidade dos peixes devido as maiores amplitudes térmicas neste período, promover a maior retirada de matéria orgânica do fundo dos viveiros e usar aeradores para evitar a estratificação térmica;
• Não alimentar os peixes se a temperatura da água estiver acima ou abaixo da temperatura indicada para as espécies criadas;
• Fazer uso de probióticos como forma de melhorar as condições de saúde e sanitárias durante o período de criação.

Foto: Fernando Dias
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação

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