Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 8 de setembro, o diretor-geral do HG, Sandro Junqueira, compartilhou dados sobre as dificuldades econômicas que classificou como insustentáveis, podendo comprometer estrutura e serviços. Para viabilizar atual estrutura, instituição de saúde busca uma suplementação mensal dos serviços na ordem de R$ 3 milhões
O Hospital Geral de Caxias do Sul vive, hoje, o maior déficit de sua história de 24 anos. A constatação foi anunciada pelo diretor-geral do HG, Sandro de Freitas Junqueira, aos veículos de imprensa da região durante coletiva realizada nesta quinta-feira, 8 de setembro. O objetivo do encontro foi apresentar a situação financeira da instituição de saúde, que passa por dificuldades e hoje registra um saldo negativo de $ 5.799.761,00 somente em 2022, classificado como insustentável. “É o maior déficit da história do Hospital, comprometendo estrutura e serviços. Estamos tentando de todas as maneiras recursos para não ter que reduzir nada. Essa é a nossa meta”, afirmou, estimando que, nas mesmas circunstâncias, deve-se registrar uma defasagem entre 15 e 20 milhões de reais até o final do ano.
Mantido pela Fundação Universidade de Caxias do Sul, com o aporte de recursos públicos, o Hospital oferece atendimento humanizado, via Sistema Único de Saúde, universal e gratuito a mais de 1,2 milhão de habitantes de 49 municípios abrangidos pela 5ª Coordenadoria Regional da Saúde do Rio Grande do Sul.
A busca para o equilíbrio econômico a fim de evitar uma redução de serviços, que envolve a sensibilização dos entes públicos – união, estados e municípios -, além da recomposição do déficit é por uma suplementação mensal de recursos na ordem de R$ 3.000.000,00 – sem considerar aportes de recursos para cobrir o aumento do piso da enfermagem.
“O grande desafio é estabilizar o Hospital para o crescimento”, destacou Junqueira, lembrando a expansão da instituição de saúde via campanha Todos pelo Geral para Todos. Apesar de já arrecadados R$ 33.539.471,91 dedicados à construção do prédio de ampliação do Complexo Hospitalar do HG e aos equipamentos, a forma de custeio da nova capacidade ainda é um desafio. Algumas das unidades da obra têm previsão de entrega ainda no mês de outubro, e, em prazo estipulado para 60 dias, a direção busca definir as alternativas para custear essa atuação ampliada.
Compartilhando indicadores hospitalares e traçando comparativos com outras instituição de saúde, pontuou: “Está encaixado com o cenário nacional, e até abaixo dele, é reconhecido, é humanizado, mas precisa colocar mais recursos”, conclamou, a fim de se ter um hospital forte, como é em sua trajetória. “Hoje é a grande referência em saúde na região e no estado, mas precisamos ter bases de sustentabilidade para poder crescer e evoluir a estrutura e entregar à comunidade o que estamos entregando: qualidade, humanização e comprometimento”.
A busca para a complementação dos recursos, intensificada desde maio, já incluiu o estabelecimento de convênios para atendimentos ambulatoriais e de radioterapia, com operadoras de saúde e prefeituras, como dos municípios de Flores da Cunha, São Marcos, Nova Pádua, Monte Belo do Sul e Nova Roma do Sul. Fazem parte das ações o recebimento de emendas parlamentares, que já totalizaram R$ 2.450.000,00 em 2022, e negociações com o Estado e a União.
Cenário
Dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS registraram 10.833 internações de média e alta complexidade na Instituição, o décimo maior número entre os hospitais do RS, quinto entre os hospitais de fora da região metropolitana do Estado. Sobre a quantidade de atendimentos, que detalhou com dados de 2021, Junqueira pontuou: “é uma realidade que nos orgulha, mas que também gera um déficit financeiro e um compromisso muito grandes”.
Hoje, o cenário da saúde na região de abrangência do HG, conforme contextualizou, é de 73 pacientes aguardando por leitos fora do Hospital, com quadros de cada vez mais gravidade. A realidade ainda inclui a defasagem na tabela SUS, o aumento expressivo nos valores de medicamentos, a solicitação de aumentos para ampliar as equipes médicas, reajuste de valores retroativos para fornecedores, contratação de mais enfermeiros e aumento em pedidos de demissão, bem como o acréscimo representado pelo novo piso nacional da enfermagem, que representa, no orçamento, um valor mensal de R$1.483.885,00; Sandro lembrou do mérito e valorização da categoria nesse quesito, embora seja uma despesa aprovada sem recursos da União.
O diretor executivo da Fundação Universidade de Caxias do Sul, Jaime Marchet, abriu o encontro, exaltando a importância da transparência em relação à situação do HG, e da busca por soluções. “É um tema bastante sensível e que afeta a população em geral”, declarou.
Obra e Campanha Todos Pelo Geral para Todos
A Campanha Todos Pelo Geral Para Todos tem como foco a ampliação de 60% da capacidade assistencial do HG. Com os novos 118 leitos (entre UTI Adulto, UTI Pediátrica, UTI Neonatal e de internação), a instituição passará a dispor de 355.
Lançada em 2020 para mobilizar comunidade, iniciativa privada e poder público, a campanha já arrecadou R$ 33.539.471,91 – de uma meta de 37 milhões de reais, dedicados à construção do prédio de ampliação do Complexo Hospitalar do HG.
Hospital Geral tem acreditação máxima de excelência em Saúde
Inaugurado em 19 de março de 1998, o Hospital Geral também funciona como hospital de ensino, certificado desde 2005 – reconhecido pelos ministérios da Educação e da Saúde. Desde 2017, é um dos sete hospitais do Estado com a Acreditação Nível III (de Excelência em Gestão), indicador máximo na avaliação da qualidade em serviços de saúde conferido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), responsável pela certificação dos processos administrativos e da segurança no atendimento de pacientes. Além disso, o HG conta com o título de Hospital Amigo da Criança, desde 2003, e se distingue pelo serviço humanizado de assistência em saúde.
É referência em alta complexidade em procedimentos cirúrgicos, como cardiológicos, no atendimento à vítimas de violência sexual (PRAVIVIS), atendimento infantojuvenil (CRAI), captação e transplante de córneas, oncologia com radioterapia, serviço de cirurgia bariátrica, ressonância magnética, gestantes de alto risco, infectologia e UTI’s.
Foto: Bruno Zulian
Fonte: Imprensa / UCS
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