Apesar da expectativa de incremento no varejo, resultado deve apresentar recuo de 2,6% em relação a 2021, refletindo um cenário de consumo fragilizado
O Dia dos Namorados deve ajudar o varejo a aliviar as perdas econômicas sentidas no ano, ainda que com uma arrecadação mais tímida do que em 2021. De acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas do comércio brasileiro voltado à sexta data comemorativa mais importante do setor deverá totalizar R$ 2,49 bilhões. Confirmada essa expectativa, que já desconta a inflação, o resultado das vendas registrará um recuo de 2,6% em relação à mesma data no ano passado.
O cenário de fragilidade de consumo foi responsável por essa perspectiva de ganhos mais reduzidos que reflete fatores como inflação, juros mais elevados e queda do rendimento médio real do trabalho. Segundo a CNC, havia uma possibilidade de que a oferta de recursos extraordinários à população ao longo deste ano ajudasse a impulsionar o consumo, mas as perdas econômicas sobressaíram.
A situação é especialmente desfavorável para o público mais jovem, cuja taxa de desocupação se situa acima da média. “Todos esses fatores acabaram influindo nas estimativas de vendas para a data. Mas precisamos ter confiança nos resultados dos esforços que as autoridades econômicas estão fazendo, principalmente, em relação ao controle da inflação, que desestabiliza a economia e prejudica empresários e consumidores”, afirma o presidente da Confederação, José Roberto Tadros.
Preços com aumento recorde
A movimentação financeira esperada para a data comemorativa deverá se situar em patamar semelhante ao verificado em 2019, quando as vendas do setor totalizaram R$ 2,47 bilhões. Em 2020, o setor registrou queda histórica de 21,5% na comparação com o ano anterior, recuperando-se em 2021, com avanço de 32,2%. O economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, aponta que o preço mais alto também será um fator preponderante este ano, com praticamente todos os itens de consumo custando mais caro do que um ano atrás.
“Pressionados pela oferta, os preços associados à data devem estar, em média, 10,7% mais caros que no ano passado. Se confirmada essa expectativa, seria a maior variação do preço médio desses itens desde o início do levantamento realizado pela CNC em 2013”, destaca o economista. Ele acrescenta que as variações mais acentuadas devem ocorrer nos preços de pacotes turísticos (+21,0%), roupas masculinas (+20,65%) e flores naturais (+19,4%).
Vestuário e calçados concentram maior fatia
Carro-chefe das vendas neste período, o segmento de vestuário, calçados e acessórios deverá movimentar R$ 1,049 bilhão, o equivalente a 42% do total. Em relação a 2021, esse ramo tende a apresentar perda de 3,8%. De forma semelhante, o segmento de utilidades domésticas e eletroeletrônicos deve responder por fatia relevante das vendas totais (R$ 956 milhões ou 38%), devendo acusar retração de 2,6%. Por outro lado, as vendas de itens de farmácias, perfumarias e cosméticos tendem a avançar 7,4%, mas devem responder por pouco mais de 7% de toda a movimentação financeira esperada.
Fonte: Sindilojas BG
Foto: Divulgação
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