Ciganos se instalam nas proximidades do Santuário de Caravaggio

Alguns povos nômades, como é o caso dos ciganos, rodam pelo país sem ter a certeza de que serão acolhidos pela comunidade onde escolherem se estabelecer temporariamente. Atualmente, no início da Avenida Dom José Barea, que dá acesso ao Santuário, um grupo composto por diversas famílias vive há cerca de oito anos em um terreno amplo.

As famílias, entre idas e vindas, já são conhecidas pela vizinhança e pela própria equipe do Santuário, que presta todo apoio necessário naquilo que lhes é possível.

A atitude de acolhida, a propósito, é vista como louvável pela coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante, Irmã Maria do Carmo, que salienta a importância da Igreja Católica e, sobretudo, de cada cristão, em acolher ao próximo, seja quem for. “A comunidade de Caravaggio fez um gesto muito significativo e muito, inclusive, diria, profético. Nós vivemos hoje num mundo onde as pessoas se perdem nas diferenças, ou colocam as diferenças como um critério de exclusão. E nós como cristãos, somos bons seguidores de um homem que rompeu com esse ciclo de exclusão pelas diferenças. Jesus nos colocou na condição de filhos do mesmo Pai. E isso é inegociável na nossa fé, no nosso jeito de ser e de acolher as pessoas”, destacou.

De acordo com a Irmã Maria do Carmo, a Igreja Católica já há muito tempo faz trabalhos pastorais direcionados ao grupo. Inclusive, existe em nível nacional, a pastoral dos nômades, que tem a preocupação de cuidar do processo de acolhida e de integração destes grupos. Além do mais, segundo ela, em 2003, o grupo cigano foi reconhecido pelo Brasil como grupo étnico. “Eles têm idioma, tem uma cultura, tem tradições. Eles têm um conjunto de características que os define desta forma”, explica.

Segundo ela, atualmente vemos muito sofrimento provocado pelas diferenças não aceitas e respeitadas. Ela enfatiza que o cristão, neste sentido, precisa refletir e fazer sua parte. “O cristão deve ser um sinal de que a humanidade é um projeto possível. Deus Pai não se enganou ao nos criar, pelo contrário, nos tornou pessoas capazes de fazer esse processo de acolhida e de sermos capazes de testemunhar que sim, somos frutos de uma criação, somos frutos do amor do Pai”, afirma.

Irmã Maria do Carmo também lembra que há um diálogo transparente com o poder público para que faça sua parte no processo de acolhimento a partir do ponto de vista do Estado.

Fonte: Santuário de Caravaggio

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