Desde que as primeiras ameaças do coronavírus chegaram a Bento Gonçalves, em meados de março, organismos públicos e privados, como o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG), traçaram um ousado – e equilibrado – planejamento para manter saudável a população e os negócios da cidade.
O escopo dessa estratégia incluía, primeiramente, a defesa da vida. Logo após, as ações do CIC-BG se direcionaram para as tratativas de manter as empresas em operação. E, em meio à pandemia, surgiu a necessidade de se integrar a outras entidades estaduais, a fim de compartilhar inquietudes e soluções, e juntar-se num grande debate para evitar o colapso social e econômico do Estado, envolvendo, também, a classe política.
Tudo isso só foi possível a partir do trabalho coletivo, tirando benefício do esforço cooperado – algo que o CIC-BG está bem familiarizado – para atingir objetivos comuns. Em retrospectiva, saiba como a centenária instituição empresarial se articulou para protagonizar ações ao lado dos órgãos competentes e amenizar os efeitos da covid-19 tanto na saúde quanto na economia.
Reforço na estrutura de saúde
Lidar com o contágio de um vírus ainda desconhecido à época e cuja disseminação se dá de forma exponencial requeria uma condição: ampliação da capacidade de atendimento hospitalar. Essa premissa era a razão central para que o sistema de saúde tivesse condições de absorver com maior capacidade a alta demanda por leitos de contaminados pelo coronavírus. Diante da evidência, a prefeitura convocou uma reunião com lideranças de diversos setores para expor a situação, no dia 15 de março, três dias antes de o primeiro caso da doença ser confirmado em Bento.
Dois dias depois do encontro, a solidariedade e o associativismo da classe empresarial apareceram no formato de um grupo de voluntários liderado pelo CIC-BG, sob o nome de Unidos por Bento. A missão nobre de captar recursos para a construção de 40 leitos emergenciais na UPA somou, em menos de 24 horas, a quantia de R$ 236 mil.
Uma conta no Sicredi, em nome do CIC-BG, foi criada para facilitar o recebimento dos recursos vindos de empresários, entidades e pessoas físicas. E eles continuaram a chegar, demonstrando o sentimento de união que tomou conta da comunidade para combater a pandemia. Ao todo, foram depositados R$ 757,8 mil, ampliando a capacidade de investimentos do Unidos por Bento para contemplar outras frentes de enfrentamento à doença.
Para garantir a conclusão das obras dos leitos, sob coordenação do presidente da Ascon Vinhedos, Milton Milan, foram repassados R$ 361,3 mil. Um mutirão juntou-se para dar conta de tanto trabalho em tão pouco tempo: os quartos foram inaugurados no final de abril, recebendo os primeiros pacientes da covid-19 na metade de maio. O trabalho demonstrou quanto a celeridade de planejamento e de ações, com grande articulação do secretário municipal de Saúde, Diogo Siqueira, foi importante para que a estrutura de saúde não entrasse em colapso.
Outra parte dos recursos, na ordem de R$ 200 mil, foi destinado ao Comitê de Atenção ao Coronavírus – integrado pela Secretaria Municipal de Saúde, Vigilância Epidemiológica, Hospital Tacchini, Unimed, Associação Médica de Bento Gonçalves, Secretaria Municipal de Educação, além de representantes da 5ª Coordenadoria de Saúde. Essa verba foi utilizada, exclusivamente, para a aquisição de testes da covid-19 e para a compra de EPIs. Outros R$ 150 mil foram repassados ao Tacchini, que administrará a verba com foco nas necessidades prioritárias de saúde para a comunidade.
Ainda, R$ 8 mil foram utilizados na campanha do Retorno Responsável – conjunto de ações das entidades para conscientizar a sociedade sobre a importância em adotar os protocolos de saúde –, o que inclui um vídeo institucional e outras ações, como cards com mensagens nas redes sociais. Com isso, R$ 719,3 mil foram aplicados no enfrentamento à covid-19 em diversas frentes pelo movimento Unidos por Bento, restando um saldo de R$ 38,5 mil. Esses recursos têm como destino a continuidade de investimento na campanha retorno responsável para maior conscientização e auxílio na prevenção à saúde da nossa comunidade.
Todo o detalhamento contábil da captação de recursos, incluindo as entradas e as saídas com as devidas notas fiscais comprobatórias, estão à disposição da comunidade no site do CIC-BG (www.cicbg.com.br).
daptação a uma nova realidade
O surto do coronavírus trouxe diversas mudanças na rotina das pessoas. Uma delas foi o isolamento social, como forma de manter o contágio da doença em níveis controlados, o que acabou alterando profundamente, também, a vida das empresas. No dia 20 de março, a prefeitura deu início a um período de fechamento de estabelecimentos considerados não essenciais. A paralisação em indústrias e em estabelecimentos comerciais e de serviços seguiu até 5 de abril, gerando apreensão no meio empresarial.
Tão prontamente ao anúncio, o CIC-BG deu início a tratativas para compensar o setor produtivo, estabelecendo diálogos com autarquias federais, estaduais e municipais para suspensão da cobrança de impostos, redução de taxas, ampliação das linhas de financiamento, adequações na legislação trabalhistas, entre outras.
Ciente das necessidades para cumprir as medidas protetivas e, ao mesmo tempo, atender à demanda do setor produtivo, a entidade propôs ao Executivo, já no dia 27 de março, um retorno gradual às atividades no dia 1º de abril. A proposta, assinada pelo CIC-BG e subscrita por outras 13 entidades, era para priorizar o isolamento do grupo de risco e liberar os demais para o trabalho, seguindo todo protocolo das autoridades de saúde. As atividades industriais, no entanto, seguiram o decreto da prefeitura e tiveram reabertura gradual no dia 6 de abril. O comércio, por conta de um decreto estadual, precisou permanecer fechado mais um tempo, reabrindo no dia 16 de abril.
Apoio institucional ampliado
Outra importante ação protagonizada pelo CIC-BG foi ampliar seu apoio institucional aos associados, tanto na forma de geração de conteúdos a respeito da pandemia, como de maneira representativa junto aos poderes constituídos. Uma das ações mais contundentes do CIC-BG é a participação no Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico do RS, promovido pela Assembleia Legislativa com o apoio de entidades de classe. Capoani tem participado desde o início dos debates, em março, com deputados, senadores, representantes do governo e de quase 30 setores produtivos que estão radiografando a situação do Estado e encontrando formas de garantir a vida e a renda das pessoas.
Dessa participação por videoconferência, o CIC-BG tem trazido a seus associados estudos sobre consumo e cenários de retomada, por exemplo. E também uma compreensão macro do problema na cadeia de atividades do Estado. Ao todo, já foram realizados doze encontros até o dia 23 de junho.
A confecção de materiais informativos, no formato de notícias ou e-books, também foi uma forma de alimentar os associados com atualizações importantes sobre o impacto da covid-19 nos negócios. As mudanças na legislação trabalhista, as ações do governo para financiar empresas, os impostos mitigados e protocolos de segurança para o exercício das atividades foram compilados e compartilhados com os associados. Também, foram criadas lives transmitidas pelo Facebook da entidade para apoiar o empresariado no enfrentamento aos efeitos econômicos da pandemia, abordando temas como inovação, educação financeira, comércio eletrônico, entre outros. Além disso, também via internet, o CIC-BG ampliou a possibilidade de as empresas afiliadas divulgarem seus produtos e serviços com a criação da Sala do Associado nas redes sociais da entidade.
Trabalho que continua
Com ainda mais afinco desde o início da pandemia em Bento, o CIC-BG tem se dedicado a compreender as necessidades dos setores produtivos e trabalhar as pautas de forma representativa com os poderes Executivo e Legislativo em âmbitos municipal e estadual. Depois de focar de maneira intensa para o retorno controlado das atividades da indústria e do comércio, agora a atenção do CIC-BG está voltada para a área de eventos, uma das mais prejudicadas por conta da pandemia. Essa pauta também já está sendo tratada no Fórum da AL, a fim de que algumas flexibilizações permitam a volta gradual de certos eventos a partir do segundo semestre.
Além disso, o CIC-BG faz parte de um amplo movimento regional criado para radiografar a situação da Serra no enfrentamento ao covid-19. Para essa finalidade, desenvolveu e socializou uma plataforma de coleta e análise de dados – que, alimentada coletivamente, permite avaliar o cenário da região tendo em vista os 11 indicadores utilizados pelo Estado. Agora, o desafio é trabalhar pela classificação da região como bandeira laranja – impedindo seu retorno à condição de bandeira vermelha e concentrando esforços em busca de um cenário ainda mais favorável: a bandeira amarela.
Fonte e foto: CIC-BG
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