CIC-BG defende manutenção da cogestão e continuidade das atividades produtivas

A classificação da macrorregião da Serra como bandeira preta – de altíssimo risco – no modelo de distanciamento social imposto pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, e as restrições dela decorrentes, têm mobilizado entidades representativas na busca da reversão ou, pelo menos, abrandamento das limitações nessa situação.

Acompanhando e reforçando esse movimento, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves apoia posicionamentos emitidos em favor da manutenção das atividades produtivas e, da mesma forma, da vigência do sistema de cogestão (o Governador Eduardo Leite estuda a supressão dessa ferramenta com a categorização da macrorregião, pela primeira vez, como bandeira preta).

“Entendemos que o cuidado com a saúde e o respeito aos protocolos de segurança não podem parar – da mesma forma que julgamos imprescindível a continuidade das atividades produtivas na Serra. O momento é de recuperação para a indústria, comércio e serviços, que de forma muito responsável têm seguido rigidamente todas as orientações e normas necessárias. Forçá-los a parar de trabalhar, ou a reduzir drasticamente sua capacidade de operação, será extremamente danoso e, principalmente, ineficiente diante da finalidade a que se propõe a medida”, avalia Rogério Capoani, presidente do CIC-BG.

Há consequências negativas para a medida imposta pelo Governo do Estado no último decreto, suspendendo qualquer atividade das 22h às 5h. Uma delas, por exemplo, é que as indústrias que utilizam o turno da noite para atender suas necessidades produtivas ou viabilizar o esquema de rodízio de trabalho com seus colaboradores, serão obrigadas e aumentar o efetivo diurnamente, contrariando as próprias orientações do modelo do distanciamento controlado do Estado.

“Por isso estamos concentrados em reverter essa classificação. Já tivemos cenários menos favoráveis, comprovados através dos números e dados, em momentos passados, como o mês de dezembro, por exemplo, e não fomos enquadrados na bandeira preta. Temos ciência, sim, de que o momento é delicado e requer cuidados redobrados, cumprimento aos protocolos de segurança no combate ao COVID 19, mas reiteramos a necessidade e adequada condição de darmos sequência nas atividades econômicas, sejam elas ligadas à indústria, comércio ou serviços diversos”, afirma Capoani.

A favor da cogestão

O CIC-BG – que representa os mais de 18 mil CNPJ ativos no município, cujo faturamento anual ultrapassa os R$ 5 bilhões – faz coro à posição adotada por entidades como o SIMECS (de Caxias do Sul), do SIMMME e da Prefeitura de Bento Gonçalves (o prefeito Diogo Siqueira posicionou-se por meio de manifestação nas redes sociais, no sábado, 20) – que defendem, ainda, a manutenção do sistema de cogestão. A ferramenta permite flexibilizar algumas restrições impostas à macrorregião conforme as particularidades de cada microrregião, adequando-as à realidade dos municípios.

“Além de buscarmos, junto a Amesne, a reversão dessa classificação, com o embasamento de dados muito bem argumentados pelo trabalho do Observatório da Saúde, defenderemos, também, o direito de praticar a cogestão”, garante Capoani. No domingo, foi apresentado recurso ao Governo do Estado, pedindo reavaliação da classificação. O documento será analisado e terá parecer divulgado no início da semana.

Enquanto isso, o CIC-BG reforça a importância do compromisso – e ação – coletivos em buscar a contenção da pandemia. “Evitar aglomerações ainda é, sim, uma prática de prevenção e conservação da saúde das pessoas. Em conjunto com esta responsabilidade, que é de toda população, aparece o papel dos gestores públicos, profissionais da saúde, entidades, federações de classes e MP Estadual e Federal na busca contínua e, principalmente, na aplicação prática de tratamentos preventivos e alternativos, juntamente com a execução ágil e eficaz dos programas municipais e estaduais de vacinação”, aponta.

É fundamental que as pessoas procurem o breve diagnóstico em caso de suspeita de Covid-19 e iniciem o tratamento imediato, logo nos primeiros sintomas – prática que comprovadamente se mostrou eficaz no combate da doença e consequente diminuição das ocupações hospitalares, sejam elas em leitos clínicos e principalmente em leitos de tratamento intensivo UTI.

 

Fonte: Exata Comunicação e Eventos
Foto: Gilmar Gomes / Divulgação

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