Ouvido como informante, o filho mais velho de Alexandra, Anderson Dougokenski, estava em casa na noite em que o irmão caçula, Rafael Winques, teria sido morto. Ele e a mãe se abraçaram e choraram ao se reencontrarem no plenário do júri, antes do início do depoimento, no final da manhã desta terça-feira (17/01). O jovem chorou e afirmou não acreditar que Alexandra cometeu o crime.
O julgamento de Alexandra começou ontem (16/01), quando foram ouvidas três testemunhas. Hoje, seguem as oitivas. Já aconteceu o depoimento de Delair de Souza Pereira, ex-namorado da ré, e o do filho dela. Neste momento está sendo realizado o depoimento de Rodrigo Winques, pai de Rafael. A defesa de Alexandra o acusa de ser o autor do crime.
A mãe
“Ela me criou. Não tive pai; ela foi minha mãe, meu pai. Independente de qualquer coisa, ela vai ser sempre a minha mãe”, afirmou Anderson. O jovem afirmou que recorda pouco do pai, falecido em 2007. “A mãe sempre ensinou a gente a ser correto e a ajudar em casa”, declarou ele.
Segundo ele, a mãe não gostava que os meninos ficassem até tarde no celular, jogando. Rafael vinha se mostrando um pouco rebelde nas últimas semanas, com comportamento desobediente e deixando de fazer os temas. “A mãe ficava preocupada porque ele ficava muito no celular e deixava as tarefas de lado”.
Desaparecimento
Anderson lembrou o que aconteceu na noite em que Rafael teria sido assassinado. Ele foi para o quarto, por volta das 20h. Disse que a mãe ficou na sala assistindo TV e que Rafael já estava no quarto dele.
Afirmou que, mais tarde (não soube precisar o horário), ouviu barulhos, mas achou que vinham dos vizinhos. Ouviu alguém dizendo “pára, pai”, algumas vezes, mas achou que não fosse na casa dele, e foi dormir.
No dia seguinte, Anderson acordou, fez café e perguntou à mãe se ela escutou os barulhos nos vizinhos, mas ela respondeu que não. Ele passou pelo quarto do irmão e não o viu. Perguntou à mãe, e ela disse que achava que ele estava na avó, que morava em frente. Em seguida, a avó apareceu, mas também não tinha visto o menino.
Buscas e localização do corpo
O rapaz disse que ficou desesperado, sem saber onde o irmão estava, e começaram a procurá-lo. Anderson ligou para Delair e também para Rodrigo Winques, pai de Rafael. A família recebeu ajuda de moradores e de outros familiares para fazer buscas ao garoto.
Após a localização do corpo do irmão e a prisão da mãe, Anderson foi morar com a avó paterna em outra cidade. Ele disse que os dois Delegados de Polícia que atuaram no caso o levaram até a DP para colher informações e mostraram fotos de Rafael já morto. “Aquele foi o pior dia para mim”.
Confissão
Anderson afirmou que não “sentiu firmeza” quando Alexandra confessou ter matado Rafael. Ela não disse a ele o motivo por que tinha feito isso. “Acho que o meu irmão foi levado dali e morreu dias antes de ser encontrado”. Para ele, a mãe não teria coragem de fazer isso com o filho. “Nunca fez sentido ser a minha mãe. Parece que a gente era feliz de verdade, quando era só eu, a mãe e o Rafa”.
Questionado pelo Promotor de Justiça sobre como se sente quando suspeitam dele ter envolvimento na morte do irmão caçula, o jovem disse não se importar. “Se quiserem falar, podem falar. Para mim, não muda nada. Estou até hoje buscando uma resposta para isso”, afirmou.
Ele pediu ao Conselho de Sentença para analisar os fatos, pois considera que houve falhas na investigação. “Escutem o que eles têm a dizer (Alexandra e Rodrigo). Eles são os principais, eles que vão definir o caso”, afirmou. “Sinto que não foi ela”.
Padrasto
Anderson afirma ter sofrido abuso sexual de Rodrigo Winques enquanto ele vivia com Alexandra. Que isso começou a acontecer antes mesmo de Rafael nascer. O jovem disse que não contou para a mãe e que só conseguiu relatar a uma psicóloga, depois que o irmão faleceu. Um inquérito policial está em andamento para apurar as acusações.
Afirmou que Rodrigo sempre foi agressivo com Alexandra e que já teve que intervir para impedir que o padrasto batesse nela. Disse que o ex-padrasto anda armado, e que sente medo dele.
A relação de Rafael com Rodrigo não era boa, disse Anderson. Segundo ele, o menino costumava chamar o pai de “demo” (diminutivo de demônio) e teria afirmado que “preferia morrer” do que morar com Rodrigo. “Ele sabia que o pai dele não prestava”, frisou.
Anderson afirmou que, quando moravam juntos, Rodrigo queria isolar a família do mundo, levando-a para viver no interior e não deixando usar telefone celular.
“Hoje eu não sei para onde eu vou. Eu estou literalmente perdido”, afirmou o rapaz, chorando. “Eu não tenho ninguém”.
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