A Rádio Difusora entrevistou o historiador, pesquisador e saudosista do Carnaval em Bento Gonçalves, Ademir Bacca. Aqueles moradores da cidade com mais de 50 anos, vão lembrar dos anos 70, 80 e até quase o começo da década de 90, com o forte do Carnaval no município.
Os bailes nos Clubes Aliança e Ipiranga, com grande presença das famílias foram o marco naquela época, lembra Bacca. Até mesmo com o Susfa, propondo quatro noites, e a quinta, com o famoso “enterro dos ossos”. Os Blocos da Broca, A Voz do Morro, a União do Morro, entre outros, estão na memória dos bento-gonçalvenses.
Bacca entende que “o Carnaval perdeu sua intensidade, a partir do momento que os Clubes Sociais desistiram de fazer bailes. A atividade social praticamente não existe mais. Quando os clubes pararam, encerraram uma época gloriosa da vida social. E o Carnaval de rua nunca teve tradição. Tivemos tentativas. O carnaval bom era o de salão”, comentou.
O historiador atribuiu ainda o fato de que muitos dos jovens da época concluíram seus cursos superiores, e seguiram suas carreiras, deixando de lado o esbanjar em público na festa de Carnaval.
“Na nossa época éramos menores de 18 anos, não podíamos frequentar os bailes, só acompanhados. Hoje a juventude é independente, não sai mais com os pais”, acrescentou Bacca.
Além de Caxias do Sul, referência em Carnaval na Serra Gaúcha, com as tradições ainda vivas, Bacca lembra Veranópolis, Garibaldi, Montenegro, enfim, cidades da região que tornaram-se tradicionais com a festa de carnaval.
Um dos pontos que pode ter colaborado para o esfriamento da festa, foi certa vez, um homicídio quando um rapaz foi esfaqueado no Carnaval de Rua.
Por fim, Bacca reforça a tradição italiana, que muitas vezes foi elencado por prefeitos que passaram na cidade, como razão para não realização do Carnaval. “A cidade não tinha a tradição, o italiano não tinha que se meter, tínhamos a tradição mesmo era de coral italiano”, alguns defendiam, encerrou o historiador.
Fonte: Central de Jornalismo da Difusora
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