Projeto promoveu a arte que auxiliou no processo de tratamento dos usuários
No dia 1º de julho, ocorre na Fundação Casa das Artes, em Bentom a abertura de “Pinceladas de liberdade”, com obras realizadas por usuários do Centro de Atenção Psicossocial II. A mostra artística é o resultado de projeto, desenvolvido pela estagiária de Psicologia Eduarda Lagunas, com o grupo terapêutico “Sexta alegre”.
Foi montado um atelier de pintura para o processo terapêutico-artístico, onde Eduarda incentivou e priorizou a liberdade, criação e a expressão subjetiva dos participantes, valorizando a abertura de possibilidades de novas descobertas. A Arte está no ser humano, no seu interior. Assim, a proposta não tinha um fim estético, mas transformador, de pura criação, de experimentação. Ela explica como foi esse processo:
“Combinou momentos de conversa, estímulo à imaginação e liberdade criativa. Foram utilizados recursos como imagens, vídeos e textos breves para introduzir temas sensibilizadores. Não houve aulas teóricas ou técnicas formais, embora um dos encontros tenha contado com a participação especial de uma artista local, que apresentou noções básicas sobre mistura de cores e desenho de animais. Alguns usuários já haviam tido contato com a pintura anteriormente, enquanto outros experimentaram esse tipo de atividade pela primeira vez”, relata Eduarda.
Da concepção das obras, tem-se um panorama de representações abstratas e figurativas, imagens que refletem, falam, sobre o sofrimento e a busca da saúde mental. As obras vão além do simples exercício: cria um vínculo de resiliência, de manifesto, de um discurso, de uma linguagem que transcende o sentimento, as emoções, o sofrimento. “Pinceladas da liberdade” evoca o trabalho realizado pela médica e psiquiatra brasileira Nise da Silveira, pioneira na luta antimanicomial. Seu método terapêutico incluiu a arte como essencial no tratamento dos transtornos psíquicos.
“Para Nise, a criação artística possibilita aos pacientes acessar e externalizar conteúdos do inconsciente, facilitando o autoconhecimento e o processo de recuperação. A criação de um espaço dedicado à expressão artística evidencia como a arte contribui para a construção de vínculos, a valorização da subjetividade, o fortalecimento da autonomia e a promoção do bem-estar emocional. Além disso, a exposição pública das obras, que será realizada na Fundação Casa das Artes, promove a inclusão social e desafia os estigmas historicamente associados aos transtornos mentais”, enfatiza Eduarda.
Para a psicóloga do CAPS II, Tatiane Cattani, a mostra reflete um processo evolutivo, com impactos positivos, de ganhos para o tratamento.“Nem todas as pessoas conseguem nomear o que sentem, então a arte entra nesse espaço onde a palavra falta. Vimos uma evolução dos pacientes que participaram dessa atividade: tornaram-se mais participativos e engajados na atividade, ampliaram seu repertório social e mostraram maior autonomia e protagonismo no seu tratamento. Alguns, que pouco falavam de sua realidade, compartilharam histórias, lembranças e afetos através da pintura”, salienta Tatiane.
Serviço
O que: mostra artística “Pinceladas de liberdade”
Período de visitação: de 1º a 15 de julho
Horário: 8h às 21h
Onde: Fundação Casa das Artes – Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto
Fonte e foto: Assessoria de Comunicação Social
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