A campanha Março Azul Marinho, que já é deflagrada internacionalmente pela Europa e Estados Unidos, chega agora ao Brasil por iniciativa da Sobed. O objetivo é mobilizar e conscientizar a população e os profissionais de saúde de que se trata de uma campanha para rastreamento do câncer colorretal, disse o presidente da Sobed, Ricardo Dib.
Ele destacou que aumentar as chances de cura e de sobrevida são fundamentais. “Por isso, é necessário detectar os sinais da doença o mais cedo possível, já tomando as providências para alcançar sua cura e reduzir danos”, explicou Dib.
“O CCR mata aproximadamente 40 mil pessoas por ano, ou seja, mata mais ou menos 20 mil homens e 20 mil mulheres. E é uma doença que hoje é definida, estatisticamente falando, pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva [Inca] como o segundo tumor, a segunda neoplasia que mais mata homens e mulheres no nosso país”. A neoplasia que mais mata homens é a da próstata, seguida pela do reto; na mulher, é a da mama, vindo em seguida a do reto, informou o especialista. Estão excluídos aqui os casos de tumores de pele.
Também conhecido como câncer de intestino ou câncer de cólon e reto, o câncer colorretal é abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e no ânus. Segundo o Inca, a doença é tratável e, na maioria dos casos, curável, se detectada precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos.
Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. O Inca estima o surgimento de 40.990 novos casos por ano, para o triênio 2020/2022, sendo 20.520 em homens e 20.470 em mulheres. Os números correspondem a um risco estimado de 19,64 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 a cada 100 mil mulheres.
“Por isso, temos que deflagrar essa campanha para conscientizar o povo e os médicos, em geral, para que, quando algum paciente tiver algum sintoma, pesquisar a possibilidade de ele ter tumor gastrointestinal”, afirmou Ricardo Dib. Para ele, a união com outras entidades médicas deve fortalecer a campanha, que será divulgada nas redes sociais. O médico disse que vai convidar mais associações e sociedades médicas para reforçar a mobilização da sociedade, para promoção da campanha em âmbito nacional.
Fatores como o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento da população e até mesmo a pandemia do novo coronavírus podem impactar no sentido da elevação das taxas de morbidade e mortalidade pelo CCR nos próximos anos, alerta a Sobed. Os reflexos devem surgir até o ano de 2025.
Entre as formas de prevenção ao surgimento de novos casos, a Sobed salientou o combate ao tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, consumo excessivo de carnes vermelhas e dieta pobre em fibras, entre outras. Todos são considerados fatores de risco para o câncer colorretal, e sua eliminação do cotidiano dos indivíduos constitui medida de primeiro nível para a proteção.
Proteção
O presidente da Comissão de Ações Sociais da Sobed e coordenador do movimento Março Azul Marinho, Marcelo Averbach, destacou que a preocupação máxima da entidade é proteger os brasileiros de uma doença que pode ser evitada com investimentos em medidas preventivas. “O custo dessas ações é muito inferior ao gasto para atender casos diagnosticados, bem como assumir despesas com aposentadorias e pensões. Para o governo, os ganhos são de ordem econômica. Para as pessoas, eles são sinônimo de mais saúde e vida”, enfatizou Averbach.
De acordo com a Sobed, o câncer colorretal é considerado uma doença do “estilo de vida”. Estudos indicam que uma dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes, além da prática de atividade física regular, previnem o câncer colorretal.
As nove sociedades de especialidades médicas que apoiam a campanha Março Azul são o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva; o Colégio Brasileiro de Cirurgiões; a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; a Federação Brasileira de Gastroenterologia; a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica; a Sociedade Brasileira de Coloproctologia; a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e a Sociedade Brasileira de Urologia.
Fonte: Agência Brasil
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