Câmara Setorial da Uva e do Vinho discute água vegetal e formas de enfrentar o descaminho

Representantes do setor da uva e do vinho se reuniram na manhã desta terça-feira (6/06), em formato presencial e online, em mais um encontro da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Na pauta, assuntos como o descaminho, artigos da lei do vinho e a água vegetal.

Foi definida a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para discutir as questões técnicas que envolvem a água vegetal resultante da concentração de suco de uva, a fim de servir de subsídio para uma futura regulamentação, com as regras para o uso deste produto.

O GT será formado pela Seapi, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Associação Brasileira de Enologia (ABE), Associação Brasileira das Indústrias de Suco de Uva (Asbrasuco), Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Embrapa Uva e Vinho e Central de Cooperativas da Serra Gaúcha.

De acordo com o fiscal estadual agropecuário Maurício Santini, as ações de fiscalização da Secretaria já constataram estoque divergente, presença de borra com água sulfitada em vinícola que não possui concentradora e a aplicação de um sistema de “pulp wash”, ou polpa lavada, que ainda não tem regulamentação.

Na pauta da reunião, o diretor executivo da Fecovinho, Hélio Marchioro, defendeu ações concatenadas entre os governos estaduais e federal e o setor vinícola para combater o descaminho, que é um crime contra a ordem tributária. “Além do setor enfrentar desafios como a competição com o mercado internacional e os altos custos de produção, ainda temos esta questão da quantidade de vinhos que está entrando de forma irregular no país”, afirma.

Segundo ele, os locais de armazenamento de vinhos de contrabando da Receita Federal estão lotados, seja em Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Mundo Novo ou Santo Ângelo. Entre as sugestões, campanhas de alerta ao consumidor sobre a qualidade e a origem do vinho que consome e um trabalho em conjunto com os grupos de inteligência e fiscalização para coibir esta entrada ilegal. Eduardo Piaia, diretor executivo do Consevitis, afirmou que é possível colaborar com campanhas de esclarecimento.

Na reunião, também foi aprovado ofício a ser encaminhado para a Câmara Nacional reforçando a necessidade de manter o impedimento previsto no Artigo 24 da nova lei do vinho que diz que são vedados: “a industrialização de uvas, vinhos e derivados da uva e do vinho, inclusive de todos os seus subprodutos, de procedência estrangeira”. No mesmo ofício, também será solicitado a manutenção da redação da lei: “Parágrafo único. A denominação vinho é privativa da bebida a que se refere o caput deste artigo, sendo vedada sua utilização para produtos obtidos de quaisquer outras matérias-primas”.

A Câmara Setorial também escolheu a nova coordenação, ficando com a Embrapa Uva e Vinho, tendo como representantes Adeliano Cargnin e Mauro Zanus. Mauro Zanus destacou o papel fundamental da Câmara no processo de expansão da viticultura que o país está vivendo. A atual coordenadora, Fabíola Boscaini Lopes, agradeceu a parceria de todos e disse que segue com os desafios, agora como membro da Câmara Estadual.

Uma nova reunião da Câmara deverá ser definida em breve.

Fonte e foto: Secretaria da Agricultura

PG

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