O coordenador do Gabinete de Crise e vice-governador José Paulo Cairoli (PSD) vai defendeu durante a reunião do grupo, na manhã desta sexta-feira, que a estrutura montada pelo governo para enfrentar os problemas decorrentes do movimento dos caminhoneiros comece a ser desativada.
“O abastecimento está praticamente normalizado, não faz mais sentido manter a estrutura toda. O governo dispõe das relações necessárias caso reapareçam focos”, considera Cairoli. Ele destaca ainda que a experiência de enfrentar uma crise de desabastecimento, apoiada inicialmente pela população, foi nova, mas que, a partir dela, caso venham a ocorrer recrudescimentos, o Estado já tem melhor conhecimento para responder. Na reunião desta manhã serão apresentados os números atualizados do Gabinete e o balanço das atividades até o momento.
“Aprendemos muito. Aprendemos sobre este tipo de movimento, sobre o fato de que não havia liderança até o momento da negociação, sobre a força das redes sociais e, também, sobre a força da mentira. Uma pessoa envia uma informação errada para outra, que vai repassando rapidamente para outras e, no final, aquilo vira verdade. Vimos muito isso”, assinala Cairoli, que avalia que este tipo de movimentação, que ocorre principalmente via grupos de WhatsApp, contribuiu para que o desabastecimento ocorresse mais rapidamente.
Desde a segunda-feira, quando as paralisações começaram, se multiplicavam no ‘whats’ mensagens para que as pessoas estocassem água e comida e enchessem os tanques de seus veículos, o que provocou uma corrida a supermercados e postos de combustíveis.
As projeções sobre os reflexos econômicos do movimento, segundo o vice-governador, já podem ser sentidas, mas serão mais intensas dentro de um período entre 30 e 40 dias. “Todos vão sentir os desdobramentos econômicos. Estávamos caminhando para um crescimento bem lento e, agora, caiu muito a arrecadação, o faturamento. A perda em alguns setores é muito significativa, acreditamos que haverá reflexos no número de empregos. Passados 30, 40 dias, saberemos o que isso representa, porque teremos o impacto na arrecadação. O fato é que perdemos todos: trabalhadores, empreendedores e poder público. Hoje, quem falar em redução de alguma coisa, estará faltando com a verdade.”
Sobre os desdobramentos políticos e a radicalização do movimento, com o surgimento de pedidos constantes por intervenção militar, ele é taxativo. “Vivemos um processo muito tensionado, querendo um salvador da pátria para resolver as dificuldades no país. Infelizmente, salvador da pátria não existe e a solução, que passa pelos poderes, vai ser construída. Não é o seu João ou a dona Maria que vão resolver. Quem acredita que intervenção militar resolveria está muito enganado. Quem acha que apresentador de programa de TV ser presidente da República resolveria, também. Há situações que seriam um desastre.”
Com o governo prestes a desmobilizar o Gabinete, o vice-governador revela que o momento mais tenso entre todos os dias da crise foi quando os caminhoneiros foram atendidos e, apesar disso, o movimento recrudesceu e mudou o foco da greve. A alteração ocorreu a partir da noite do domingo, 27, e ao longo da segunda-feira, 28, depois de o presidente Michel Temer (MDB) ceder a mais exigências do movimento e anunciá-las em pronunciamento.
“Percebemos nitidamente o recrudescimento e muito mais infiltrados. Aí mudamos o tom. Em questão de oito horas tudo se alterou. Até então entendíamos que não podíamos fazer nada mais do que estava sendo feito porque a população estava toda apoiando. Mas aí alteramos. A Brigada Militar amanheceu com outra postura, o Exército agiu, foi aí que nos auxiliou mesmo. Definimos os cinco corredores, as BRs mais importantes, e o Exército patrulhou mesmo. Não dá para brincar com o poder.”
Fonte e foto: Correio do Povo
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