Um boneco do deus Baco fanfarrão, bonachão e, claro, provador de vinho, tem sido uma das estrelas da retomada da Festa Nacional do Vinho. Figura recorrente nos pré-eventos da Fenavinho, o Tasta Vin ocupa lugar cativo na equipe de divulgação e animação do encontro que volta a movimentar Bento Gonçalves entre os dias 13 e 23 de junho, de forma integrada a ExpoBento, depois de oito anos de ausência do calendário de eventos da cidade.
O boneco, hoje símbolo da festa, apareceu pela primeira vez na Fenavinho de 1991 – uma das três edições presididas por Jovino Nolasco (in memorian), que realizou o evento de forma anual entre 1990 e 1992. Sua origem atendia a intenção de criar um ícone definitivo para a festa. “Foi um marco para a história da Fenavinho”, lembra o advogado Adroaldo Dal Mass, membro daquela diretoria.
Realmente, a concepção do boneco causou comoção na cidade, resgatando aquele que talvez seja seu maior legado e fator central na construção da emblemática primeira edição, em 1967: o envolvimento comunitário. O projeto Fenavinho Criança, lançado com o intuito de preservar as raízes da Fenavinho, teve como ponto alto um concurso envolvendo 12 mil estudantes da cidade para nominar aquele que viria a ser o símbolo da festa.
O vencedor foi o estudante Marciano Menegotto, à época aluno do Colégio Estadual de 1º Grau Angelo Salton, de Tuiuty. Hoje produtor de uvas, Menegotto escolheu o nome Tasta Vin – “provador de vinho” – para batizar o recém-criado boneco. “Lembrei do meu avô, que falava isso quando ia ao porão para provar vinho e resolvi sugerir esse nome, tasta vin”, diz o agricultor, 40 anos. “Fiquei muito feliz quando soube, porque não imaginava vencer um concurso com tantos participantes”.
Frequentador da Fenavinho, Menegotto exalta o retorno da festa – e também do boneco. “Ele estava meio sumido, que bom que reapareceu”, comenta o agricultor, dizendo que a festa precisa do apoio de todos. “Precisa mais ajuda, mais incentivo, mais cantinas para divulgar o produto, o município, o consumo de vinho, daí teremos futuro”, opina.
Os traços do boneco foram criados pelo desenhista gaúcho Otto Guerra – nome referencial na animação brasileira, reconhecido por trabalhos tanto para o mercado publicitário quanto para o cinema, dirigindo filmes como “Até que a Sbórnia nos Separe” –, a partir da estilização do deus Baco com os traços de um italiano alegre.
Otto fez parte, também, da produção do antológico VT publicitário para a festa de 1991. “Foi um trabalho custoso”, lembra o desenhista, sobre as condições rudimentares de trabalho, se comparadas aos dias de hoje. “Fizemos o desenho do Baco, a animação toda e a trucagem de aplicar em filme da imagem real, em 35mm. Não tinha ainda computador disponível para isso. Foram dois comerciais, para a Fenavinho 1991 e depois fizemos uma nova versão para a de 1992. Foi um sucesso à época”, recorda o desenhista sobre o comercial gravado na Aurora 2, antiga Dreher, no qual o Tasta Vin em desenho interagia com pessoas.
A propaganda foi bem recebida não apenas pelo público. Também alcançou sucesso de crítica, sendo premiada num concurso internacional em Foz do Iguaçu (PR) e tendo seu jingle escolhido como o melhor no mesmo concurso.
Quem quiser conferir de perto a animação do Tasta Vin pode se programar para visitar a 16ª Fenavinho, que ocorre de 13 a 23 de junho, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, juntamente com a ExpoBento, maior feira multissetorial do país. Ali será possível adquirir, também, uma inédita miniatura do personagem, como souvenir do símbolo ícone da Festa Nacional do Vinho.
Fonte e foto: Exata Comunicação
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