Dom José Gislon falou em nome do Regional Sul 3 da CNBB e fez a entrega de um mimo em nome das dioceses do Estado; Francisco, por sua vez, ouviu e aconselhou os bispos e disse se lembrar das visitas o RS
O quarto dia da visita Ad Limina Apostolorum do episcopado gaúcho em Roma foi marcada pela audiência com o Papa Francisco. Nesta quinta-feira, 05 de maio, após celebrar a Missa na capela do Colégio Pio Brasileiro, a delegação de 23 pessoas das quatro arquidioceses e das 14 dioceses do Rio Grande do Sul se deslocou para o encontro com o Pontífice, em espaço anexo à Sala Paulo VI.
Presidente do Regional Sul 3 da CNBB, o bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, fez uso da palavra na abertura do encontro e falou sobre a realidade da Igreja no Rio Grande do Sul, das dioceses, do clero, da vida religiosa e também dos leigos e leigas. “Pedi ao Papa que desse uma bênção a todo nosso povo gaúcho, à nossa realidade como um todo”.
Durante duas horas e mesmo com dificuldades para caminhar, em virtude de uma lesão no ligamento do joelho, Francisco ouviu aconselhou os bispos e padre que acompanham a visita Ad Limina Apostolorum. Num encontro de fraternidade e proximidade, o Papa falou também sobre as realidades da Igreja Católica.
Segundo Dom José Gislon, o momento de reunião com o Pontífice não sairá da memória dos bispos. “Mesmo com a dificuldade de se locomover, sua alegria, seu sorriso, seu jeito muito fraterno de acolher e falar com espontaneidade e muita proximidade de pastor e de homem que conhece a realidade latino-americana e também do nosso Regional Sul 3”, salienta.
Francisco está atento aos desafios da Igreja em sua missão de evangelizar, em todos os seus âmbitos. Ao episcopado gaúcho, recordou a importância de não se esquecerem dos mais necessitados. “Pudemos partilhar as alegrias e as dores do povo de Deus, as nossas fragilidades também como Igreja e a nossa confiança forte em Deus. Mesmo quando nossa missão de anunciar o Reino passa por desafios, não devemos esquecer o chamado do Senhor para cuidarmos dos mais fragilizados, dos pequeninos, para que ninguém se sinta esquecido”, pontua Dom Gislon.
Também em nome do Regional Sul 3, Dom José Gislon fez a entrega de um mimo ao Papa Francisco: trata-se de uma bandeja fabricada na Serra Gaúcha. Ao se aproximar do Pontífice para presenteá-lo, numa breve conversa, ouviu que quando bispo, Bergoglio visitou Pelotas, onde residia um tio; São Leopoldo, onde se encontrava com os irmãos de congregação, os Jesuítas e por fim, a região de Caxias do Sul. “Ele lembrou que, no passado, esteve em Caxias, que é a região do vinho e que na época muitas pessoas falavam o dialeto Vêneto. Lembrou com muito carinho da nossa realidade da Serra Gaúcha”, finaliza Dom Gislon.
Ao final, cada bispo pode entrar seu mimo ao Pontífice e dele receber um presente também, além da foto individual com o Papa Francisco.
Programação dos Bispos em Roma
A programação da visita Ad Limina continua nesta quinta-feira, 05 de maio, com a audiência do episcopado gaúcho na Pontifícia Comissão para a Tutela de Menores e a Pontifícia Comissão para a América Latina. Ao final do dia, visitam a Opera della Chiesa.
Na sexta-feira, dia 06 de maio, às 07h45min, os bispos celebram a Missa na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma e depois visitam os dicastérios para os Leigos, Família e Vida e para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Por fim, o encontro será na Congregação para a Evangelização dos Povos. Toda a programação acontece de acordo com o horário de Roma.
O que é a visita Ad Limina?
A visita Ad Limina também está relacionada com a apresentação de um relatório sobre a situação da arqui/diocese de cada um. Este material não consiste especificamente em uma prestação de contas, mas muito mais em uma explanação sobre a situação de cada Igreja Local. Este movimento deve ocorrer a cada cinco anos, conforme previsto no Código de Direito Canônico:
Cân 399 – § 1. O Bispo diocesano está obrigado a apresentar de cinco em cinco anos um relatório ao Sumo Pontífice sobre o estado da diocese que lhe está confiada, segundo a forma e o tempo determinados pela Sé Apostólica.
Para isso, o CDC prevê que “o Bispo diocesano vá a Roma no ano em que está obrigado a apresentar o relatório ao Sumo Pontífice […], a fim de venerar os sepulcros dos Bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e apresente-se ao Romano Pontífice” (Cân 400).
A visita Ad Limina é um ato que todo o Bispo cumpre para o bem de sua própria diocese e de toda a Igreja, para favorecer a unidade, a caridade, a solidariedade na fé e no apostolado.
O diálogo fraterno que se estabelece com os vários Dicastérios da Cúria Romana e com o Santo Padre é uma forma de vivenciar a sinodalidade da Igreja, naquele sentido expresso pelo Papa Francisco: “um caminhar juntos, revigorados pela coragem e pelo consolo que vem do Senhor. Caminhamos, olhando-nos nos olhos e ouvindo-nos, com sinceridade, sem esconder as dificuldades, experimentando a beleza de caminhar unidos, para servir”.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Diocese de Caxias do Sul
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