Uma boa notícia para quem costuma visitar o Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio: Dom Alessandro Ruffinoni, bispo emérito da Diocese de Caxias do Sul, passa a integrar a equipe do Santuário neste final de 2020.
Após uma temporada morando em Ciudad del Leste, no Paraguai, o bispo emérito retornou para a Diocese de Caxias do Sul e recebeu o convite para morar no Santuário. Em entrevista, ele fala um pouquinho sobre a decisão de se mudar para o Paraguai e retornar à Serra Gaúcha (leia abaixo) neste ano. Dom Alessandro foi bispo de Caxias do Sul de 2011 a 2019, e apresentou sua renúncia ao completar 75 anos, o que corresponde ao item 401 do Código de Direito Canônico.
Como foi sua escolha para morar no Paraguai?
Na medida em que se aproximava o tempo de me retirar da responsabilidade de pastorear a Diocese de Caxias do Sul, fiquei pensando como poderia ser útil ainda à Igreja e em que lugar poderia me adaptar melhor.
Pensei no Santuário de Caravaggio e no Paraguai, onde trabalhei como jovem missionário Scalabriniano por 12 anos. Uma possibilidade era também voltar à Congregação Scalabriniana e estar à disposição do superior.
A ideia mais forte foi de escolher o Paraguai. O meu plano era morar em uma casa da Congregação ajudando em uma paróquia, junto aos coirmãos Scalabrinianos.
Neste tempo, fiz uma visita ao Núncio Apostólico de Asunción, Dom Eliseo Ariotti. A visita aconteceu em um passeio com o Pe. Renato Ariotti, que havia me convidado para ir junto e se encontrar com o Núncio, já que eram parentes de certa forma. Fui como acompanhante do padre porque conhecia a realidade do Paraguai e tinha amigos que podiam dar apoio logístico.
Neste encontro com o Núncio, recebi a proposta de poder servir a Igreja do Paraguai ajudando o Bispo de Ciudad del Este. A Diocese é grande e existia um projeto de criar uma nova Diocese, desmembrando o departamento de Alto Paraná do Departamento de Canendijú.
Achei que era uma proposta desafiante me inserir em uma nova comunidade onde não conhecia o Bispo (Dom Guilllerme Steckling) e também os sacerdotes, calculando que eram mais de 20 anos que tinha deixado Ciudad del Este. Pedi um tempo para pensar e depois de outros encontros decidi aceitar.
Cheguei na Diocese De Ciudad del Este no dia 31 de outubro de 2019. Fui bem acolhido pelo Bispo e pelos sacerdotes que residiam no bispado.
Como foi seu período de adaptação?
As primeiras dificuldades foram adaptar-me ao calor e à comida. Percebi que não tinha mais a idade de um jovem sacerdote. Comecei a ter um pouco de ansiedade, o que me trouxe problemas no estômago e o sono.
Mas tentei aguentar e superar. Logo em seguida, chegou a pandemia que nos obrigou a ficar em casa. Precisei esquecer dos meus amigos dos velhos tempos e comunicar-me só por WhatsApp. Depois de 13 meses, cheguei à conclusão que era melhor voltar, também por conselho dos médicos. Dom José Gislon concordou com a ideia e propôs que eu morasse no Santuário de Caravaggio. Assim, posso ajudar no atendimento dos devotos e peregrinos. Como bom Bergamasco (Bergamo – Itália – Caravaggio) não podia rejeitar esta proposta. Este lugar é de muita paz e oração.
A experiência no Paraguai foi, afinal, positiva e sofrida. Aprendi a ser humilde, a rezar mais. Só sinto de não ter conseguido ficar mais tempo.
O povo paraguaio é um povo de fé e simples. Todo mundo pede a bênção quando encontra um sacerdote. A cidade de Ciudad del Este vive de turismo e de venda de produtos eletrônicos. Durante a pandemia, com o fechamento da ponte por oito meses, a cidade ficou sem trabalho, e muita gente está sofrendo falta de comida.
Várias entidades ajudaram ao fornecer pacotes de comida que eram levados nas paróquias, e as equipes paroquiais se encarregavam de preparar o almoço todos os dias. Ainda hoje, em algumas comunidades, continua este trabalho das panelas populares.
Como será o teu dia a dia no Santuário?
Cheguei no Santuário dia 4 de dezembro. Fui acolhido muito bem pela equipe sacerdotal e posso dizer: sinto-me em casa! Estou à serviço do Santuário e, quando precisar, à serviço da Diocese, sobretudo para as crismas e outras necessidades.
Espero que esta minha presença possa ser de ajuda a tantos peregrinos que precisam de um conselho e um abraço (quando será permitido!).
Tenho ainda o desejo de poder celebrar os meus 50 anos de sacerdócio, seja aqui no Brasil, ou na Itália. A pandemia não me permitiu viajar para a Itália recentemente. Mas espero que com a vacina tudo se acalme e possa realizar esta viagem.
Deixe uma mensagem sobre seu retorno para a Serra: o que podemos esperar com Dom Alessandro pertinho do povo daqui novamente?
O meu agradecimento ao Bispo e aos padres que me acolheram aqui. Tenho tempo para ler, rezar e meditar! Entendo que estou na reta final e preciso deste tempo para preparar bem o encontro com Deus. Aqui sinto que é muito bom para isso.
Da casa de Nossa Mãe rezo por todos vocês amigos e amigas. Vocês rezem também por mim. Um abraço e um Feliz Natal a todos.
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Assessoria de Imprensa
Jornalistas Ana Demoliner e Raquel Fronza
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