A independência do Brasil não foi algo concedido: foi conquistado e com participação ativa e indispensável do Exército Brasileiro. Para além do célebre grito de “Independência ou Morte” proferido por Dom Pedro I em 1822, foi com a ajuda da abnegação, da liderança e da coesão dos integrantes da Força que a autonomia do País foi consolidada, de forma que os brasileiros possam comemorar, em 2022, o Bicentenário da Independência do Brasil.
A independência brasileira foi resultado de variadas ações políticas, sociais e econômicas, com diversas motivações, que culminaram com o retorno de D. João VI a Portugal e a regência de D. Pedro no Brasil. Com apoio das elites políticas locais, o príncipe regente rompeu os laços com as Cortes de Lisboa, permaneceu no Brasil e liderou o Exército Libertador no processo de conquista da autonomia brasileira.
Segundo o Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Malcom Forest, o processo de independência foi muito além do 7 de setembro. “Gerou-se um conflito porque havia tropas portuguesas, cidadãos portugueses que não sabiam o que fazer e defendiam Portugal. Portanto não foi um momento fácil, de solução completa. Havia um certo conflito, dissidências, e houve muitas guerras, batalhas, escaramuças, perda de vidas. Não foi tão simples”.
Muito antes da defesa da independência, o povo brasileiro já havia se unido em armas, em lutas, seja pela sobrevivência, seja pela conquista ou pela manutenção do território. O sentimento nacional já não era uma novidade entre a população. Na defesa de um propósito nacional, índios, brancos e negros materializaram uma verdadeira simbiose da organização tática portuguesa com operações irregulares.
Foi em conflitos como a Batalha do Jenipapo, no Piauí, e as guerras de independência na Bahia que surgiram personagens que figuram até hoje como grandes vultos da história brasileira, como Joana Angélica, José Joaquim de Lima e Silva, Major Ladislau dos Santos Titara, Tenente João Francisco de Oliveira e Maria Quitéria de Jesus, entre tantos outros. Os conflitos pela independência também foram cenário do batismo de fogo do então alferes Luiz Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias e Patrono do Exército Brasileiro.
Sem o Exército Libertador e a recém-constituída Marinha, o Brasil não teria conquistado sua independência. A ostentação da força e a mobilização armada permitiram a consolidação da autonomia e o sustento da unidade e da integridade nacionais. Segundo Malcom Forest, a atuação militar dos brasileiros é algo visível através dos séculos de história da Nação. “Ela sempre foi muito importante e muito presente e coerente com a defesa da Pátria. Isso nós vemos até hoje, e creio que a unidade nacional acontece por causa disso. Nesse contexto, o Exército teve um papel fundamental e continua tendo até hoje. O verde-oliva confunde-se com o verde da nossa bandeira”.
Confira aqui mais informações sobre o Bicentenário da Independência, inclusive para acesso ao livro lançado sobre o Bicentenário.
Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército
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