Bento é o 2º município da Serra com a maior quantidade de “dinheiro em espécie” Declarado na Receita Federal

Bento Gonçalves é o 2º município da Serra com a maior quantidade de valores Declarados em espécie para a Receita Federal (RF). O município foi um dos fiscalizados na primeira fase da Operação Tio Patinhas, da 10ª Delegacia da Receita Federal de Caxias do Sul (que abrange 51 cidades). O objetivo da RF é verificar contribuintes que declararam valores, mas não comprovaram a origem. São quantias que não estariam em agências bancárias (podem estar em casa ou em outro local).

“Os contribuintes serão intimados a comprovar se o dinheiro existe”, destaca o auditor-fiscal Kiyoshi D’Avila Matsuda, coordenador da operação. As pessoas fiscalizadas deverão comprovar a existência dos recursos declarados ou retificar a declaração de imposto de renda referente ao ano calendário 2018.

De acordo com informações apuradas pela Rádio Difusora, o maior valor declarado em Bento Gonçalves foi de R$ 1,8 milhão em dinheiro em espécie. Existe ainda outro caso no município de um contribuinte que declarou patrimônio total de R$ 1,16 milhão, sendo R$ 1,12 em dinheiro em espécie e um terceiro, que o contribuinte declara manter R$ 1,4 milhão em dinheiro, mas registra dívidas de R$ 1,3 milhão.

A incursão da Receita Federal aconteceu em Bento, São Marcos, Farroupilha, Vacaria, Gramado, Caxias entre outras cidades.

A hipótese da Receita é que ao deixar de declarar estas quantias (ou seja, valores que não encontram-se aplicados ou depositados), existe a possibilidade de “enganar” o Fisco e pagar menos impostos.

De acordo ainda com o auditor-fiscal, “é uma estratégia das pessoas para criar uma garantia de uma sonegação futura ou de dinheiro que não existe, para tentar ‘esquentar dinheiro’ “, reforçou Kiyoshi.

No total foram identificadas 8.617 pessoas físicas que declaram possuir, ao menos, R$ 100 mil em dinheiro. Desse grupo, 91 contribuintes afirmam ter mais de R$ 1 milhão em dinheiro em espécie.

dinheiro fictício pode ser usado para cobrir variação patrimonial a descoberto. A pessoa física pode adquirir carros e imóveis de luxo, por exemplo, com recursos de atividades ilícitas. Além disso, altas somas em dinheiro podem indicar esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, o que será verificado pelos auditores. A fiscalização constatou ainda que um único computador emitiu mais de 800 declarações indicando dinheiro em espécie em valores relevantes, o que reforça a suspeita de conduta fraudulenta.

O nome da operação, Tio Patinhas, vem justamente do fato de o personagem guardar grande parte de sua riqueza em uma caixa-forte e não em um banco. A primeira edição ocorreu em Santa Catarina em 2018. O dinheiro em espécie declarado naquele Estado caiu pela metade após a operação. Segundo dados da Receita, só no Rio Grande do Sul, há R$ 8,8 bilhões de dinheiro em espécie declarado por pessoas físicas. A região da Serra Gaúcha apresenta a maior incidência no Estado, com R$ 3,2 bilhões declarados.

 

Fonte: Central de Jornalismo da Difusora com informações da Receita Federal

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