Bento: ciclista de 61 anos relata agressão após desentendimento na Av. Planalto; motorista envolvido contesta versão

Homem afirma ter sido agredido após reclamar de motorista estacionado em ciclofaixa; motorista diz que ciclista teria ofendido sua mulher e seu filho

No última final de semana um caso de agressão ganhou repercussão nas redes sociais e grupos de WhatsApp, em Bento Gonçalves. Um ciclista de 61 anos teria sido agredido por um motorista após reclamar de que o mesmo estava estacionado na ciclofaixa da Av. Planalto, bairro de mesmo nome, em um dia em que era proibido o estacionamento de veículos.

A reportagem da Rádio Difusora fez contato com o filho da vítima de agressão e com o motorista, acusado pela vítima, para saber as duas versões do fato ocorrido no último domingo, preservando a identidade dos envolvidos.

 

Versão do ciclista, narrada pelo filho

Meu pai tem 61 anos, quase 62, pedala sempre que dá, tanto por lazer quanto pra ir ao trabalho.

No domingo em torno das 16h ele estava dando voltas ali na ciclovia da planalto, e se tem uma coisa que os ciclistas reclamam há tempos e a DMT não toma providência é em relação à grande quantidade de carros estacionados no horário em que ela deveria ser de uso exclusivo de ciclistas.

O tempo destinado pra isso é menos de 10% dos horários da semana, somente 12h no domingo, das 8h as 20h, mesmo assim a galera estaciona lá em peso e os ciclistas tem que se arriscar indo pro meio do transito pra passar. Muitas vezes é falta de vontade dos motoristas mesmo que vão comprar coisas nos bares e não conseguem estacionar do outro lado da via, onde tem vagas aos montes agora em época de pandemia.

Na quarta volta que o pai deu lá tinha um corolla preto estacionado, ele passou e reclamou como todo ciclista faz falando “tira essa merda daí”, aí uma mulher no carro xingou de volta e ele continuou seu pedal pela ciclovia. Mais adiante o mesmo veículo veio descendo em alta velocidade pela rua tietê, quase na esquina com a xingu, fechou a bicicleta e o motorista desceu e começou as agressões.

O motorista relata que só estava defendendo a ele mesmo e sua família, mas não tem um arranhão pelo corpo enquanto meu pai ficou ferido na perna, levou joelhadas no peito e o capacete que ele estava usando ficou totalmente destruído, pra ver a violência do condutor que é um cara jovem, alto, desses caras com porte grande e forte.

Alguns motoristas e pedestres pararam e ajudaram a apartar tudo. Olhando o estado do capacete do meu pai e todo o ocorrido, com mais pessoas indo lá, tenho certeza que se ocorresse em uma rua deserta o cara tinha matado meu pai de porrada.

Motorista se defende

No dia 11 de abril as 16h, eu com minha família fui buscar um lanche em uma lanchonete no bairro Planalto , desci do carro pra retirar sendo que assim que estacionei na ciclovia devido a ter visto diversos carros no mesmo local, o ciclista passou a primeira vez avisou minha esposa para tirar o carro, em seguida ela veio me avisar e eu respondi, “já vou só, tô aguardando o lanche”, nesse meio tempo ele passou de novo, simulou uma queda no veículo o qual riscou , e deferiu palavras de baixo calão contra minha esposa e meu filho no banco de trás.

Ao ouvir os gritos dela pedindo ajuda me dirigi ao local aonde populares horrorizados com o que houve confirmaram a atitude dele. Eu resolvi ir embora, na ida por azar passei por ele, quando parei o carro e fui tirar satisfações sobre o ocorrido e sobre o dano no veículo, o ciclista continuou deferindo palavras de baixo calão sendo debochado e ainda por cima dito que havia tirado fotos do veículo e das pessoas que nele pra estavam. Por um momento de raiva entramos em luta corporal, consegui segurar ele, e pedi a populares que ligassem para polícia, contanto que em seguida chegou a GCM e preenchemos BO com eles no local do ocorrido.

Em momento  algum foi usado de força bruta, apenas por segurança ele foi imobilizado. Na sequência me dirigi a UPA por orientação da GCM, e ao chegar lá fui caluniado por ele e pelo filho, além de ser ameaçado. Minha resposta foi: “melhor um homem com escoriações do que mais uma mulher vítima de machismo e prevalecimento”.

Central de Jornalismo/Unidade Móvel Difusora

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