O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Badesul Desenvolvimento – Agência de Fomento assinaram, na tarde desta sexta-feira (16/8), uma declaração conjunta que estabelece uma parceria para atuação conjunta entre os dois bancos para garantir apoio ao setor vitivinícola no que diz respeito a riscos causados pelo acordo econômico entre o Mercosul e a União Europeia, de julho deste ano.
A declaração foi assinada no Palácio Piratini, com a presença do governador Eduardo Leite, do secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ruy Irigaray, do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, da presidente do Badesul, Jeanette Lontra, e do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O recente acordo entre os dois blocos econômicos causou receio e apreensão entre os produtores e comerciantes do setor vitivinícola gaúcho. O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) considera que o consumo de vinho importado nos próximos anos deve aumentar, uma vez que o valor dos produtos pode cair em até 30%. Vinhos e espumantes brasileiros tendem conquistar novos mercados em países da Europa. Contudo, marcas estrangeiras devem ganhar mais espaço no Brasil, elevando a concorrência com os produtores nacionais da serra gaúcha, responsável por cerca de 90% da produção nacional.
Presidente do BNDES, Gustavo Montezano garantiu que o banco deseja se tornar uma instituição de serviços do país, não só no que diz respeito a financiamentos, mas também fornecendo tecnologia financeira e assessoria. “O Estado tem de apoiar o vendedor, o empresário e a iniciativa privada. Contem com o BNDES para apoiar o setor”, garantiu.
O Ibravin argumenta que a eliminação da alíquota de importação não é uma boa notícia para os produtores nacionais, uma vez que tornará a concorrência desleal. “Os produtos estrangeiros contam com muito subsídio. Precisamos que o apoio, no RS, se torne política pública”, defendeu o presidente do instituto, Oscar Ló. O Ibravin entende que é necessária a implantação de medidas compensatórias para auxiliar a produçao vitivinícola brasileira a se tornar mais competitiva.
O governador manifestou apoio ao setor e disse compreender a apreensão em que os produtores e comerciantes se encontram. “Temos plena convicção de que o Estado, além de resolver o problema do governo, deve estimular a competitividade por meio de apoio às cadeias produtivas e de políticas públicas”, disse Leite. Ele ainda defendeu que o apoio do governo federal será muito relevante na construção de uma política de competitividade.
A declaração conjunta entre BNDES e Badesul prevê atividades de troca de informações e de apoio reciproco para a construção de mecanismos que contribuam para o desenvolvimento setorial, com oferta de técnicos qualificados e construção de ações promocionais.
Presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o deputado federal Eduardo Bolsonaro garantiu que a União fará sua parte e elogiou a postura reformista adotada por Leite.
“Se o RS está se esforçando para fazer reformas, não seremos nós que atrasaremos o processo”, garantiu. O deputado estima que o Brasil tenha uma janela de cerca de 10 anos para se adaptar aos novos patamares de competitividade, considerando o tempo em que ainda será necessário para que as conseqüências do acordo sejam, de fato, percebidas.
Fonte: Governo do Estado
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