Prova realizada na Embrapa Uva e Vinho reuniu vinhos de 14 vinícolas do Vale dos Vinhedos
A maior avaliação já realizada pela Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) para conceder o selo de Denominação de Origem (DO) a novos produtos foi encerrada com a degustação às cegas das últimas das 41 amostras inscritas para a prova, em um circuito que começou dia 11 e seguiu até 13 de dezembro.
“Foi um recorde de participação de empresas para DO. Isso é muito significativo porque penso que estamos continuamente em evolução entre as associadas, tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista da comercialização”, diz o consultor técnico da Aprovale, Jaime Milan.
Entre as amostras de vinhos, que somavam 31, apenas três não foram recomendadas à certificação pelo júri que avaliou, na Embrapa Uva e Vinho, os exemplares enviados por 14 vinícolas do Vale dos Vinhedos.
Os vinhos brancos aprovados para receberem a DO já podem ir ao mercado exibindo a distinção, porque passaram pelo prazo de seis meses de suas elaborações. Já os tintos precisam aguardar o prazo de 12 meses, o que será alcançado apenas em março. “Vinhos brancos que não forem logo para o varejo e tintos que, obrigatoriamente, ultrapassarão o prazo de validade do certificado, que é de 60 dias, devem retornar para uma nova avaliação quando desejarem ir para o mercado, solicitando à renovação do certificado ao Conselho Regulador”, explica Milan.
Dessa forma, os vinhos passam por uma segunda análise a fim de garantir que seus aspectos visuais, olfativos, gustativos e sua tipicidade varietal se mantiveram intactas. “Esse segundo momento de degustação, próximo à apresentação ao público, garante que a essência e a qualidade estejam em seu auge quando os amantes da enologia têm o privilégio de desfrutar desses rótulos, consolidando o compromisso incansável com a excelência que caracteriza o Vale dos Vinhedos”, destaca o diretor do Conselho Regulador da Indicação Geográfica Vale dos Vinhedos, Moisés Brandelli.
Das 41 amostras enviadas, 21 foram de vinhos tintos, 11 de brancos e nove de base espumante, que não são degustados neste momento. “O produto só é avaliado quando fica pronto ou quando o associado deseja colocá-lo no mercado”, ressalta Milan. Além disso, entre as amostras de vinhos contabilizadas, um laudo foi expedido em setembro. Assim, 31 vinhos passaram pela apreciação dos avaliadores, formado por sete enólogos, sendo um representante da Associação Brasileira de Enologia (ABE), dois da Embrapa Uva e Vinho e quatro da Aprovale, gestora da IG Vale dos Vinhedos.
As vinícolas que tiveram suas amostras não recomendadas para DO têm direito a recurso, previsto no Caderno de Especificações Técnicas, até 15 dias após serem comunicadas do resultado. Todas as avaliações realizadas pelos enólogos são enviadas às vinícolas, tendo ou não seus vinhos aprovados para DO. A Aprovale também avaliou duas amostras de vinhos tintos para Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos, cujo regramento é mais flexível. No dia 13 de dezembro, ainda, os avaliadores degustaram amostras do projeto Seleção Clonal da Embrapa Uva e Vinho e duas amostras para renovação da certificação de DO.
A avaliação consiste na última etapa do processo de obtenção de DO, após as empresas seguirem uma série de especificações, começando pelo envio do Formulário de Declaração de Safra. Nesse documento, as vinícolas precisam comprovar a procedência da uva utilizada, que deve ser unicamente proveniente da região demarcada para a DO Vale dos Vinhedos, além de terem seus produtos processados no Vale. As uvas só podem ser de videiras plantadas no sistema de espaldeira, com produção controlada de até 10 toneladas por hectare para vinhos e de 12 toneladas por hectare para e espumante. “A degustação no processo de certificação da Denominação de Origem é a garantia de que apenas os exemplares mais refinados levam o prestigioso selo. É uma celebração da tradição, da inovação e, acima de tudo, do compromisso incansável com a excelência que torna o Vale dos Vinhedos um berço inigualável de vinhos e espumantes finos”, avalia Brandelli.
As uvas eleitas para representarem a identidade do Vale são Merlot, para tintos, e Chardonnay, para brancos. Para vinhos assemblage, 60% deles devem ser compostos por essas variedades, podendo ser complementados por Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat nos tintos e Riesling Itálico, nos brancos. No caso dos espumantes, o vinho base precisa ser de Chardonnay e/ou Pinot Noir pelo menos em 60% de sua composição, podendo ser complementado por Riesling Itálico, e a elaboração precisa ser exclusivamente pelo método Tradicional.
Fonte: Exata Comunicação
Fotos: Exata Comunicação, Tiago Garziera
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