Doutorado-sanduíche terá experiência internacional de até dez meses. Cinco alunos da Universidade, com bolsas da CAPES, embarcam para o período de estudos em instituições de ensino de diferentes países no final de agosto
Intercâmbio científico, qualificação para além das fronteiras, colaboração internacional para pesquisa e, até, novas alternativas para desenvolvimento. Quais as expectativas de um doutorando quando ingressa em uma experiência de pesquisa internacional? É possível ter uma ideia a partir da contribuição (confira a seguir) dos cinco doutorandos da UCS que partem, no final de agosto, cada um para um país diferente: Estados Unidos, Itália, Noruega, Irlanda e Portugal.
A imersão dos estudantes dos Programas de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, em Biotecnologia e em Direito será viabilizada a partir do Programa de Doutorado-Sanduíche no Exterior (PDSE), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, vinculada ao Ministério da Educação. Ao conceder bolsas para instituições de ensino superior com cursos de doutorado reconhecidos pela CAPES, o Programa visa complementar e expandir as possibilidades de formação oferecidas no Brasil, ampliando a colaboração com cientistas do exterior, além de contribuir para expandir a visibilidade da produção científica da comunidade acadêmica do país e fortalecê-la, junto aos programas de pós-graduação brasileiros.
As atividades no exterior se iniciam em setembro e duram até dez meses.
– Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:
Luciana Cristina Mancio Balico
Projeto: Tradução, adaptação cultural e validação do Pediatrics ACES and Related Life Events Screener – PEARLS – para uso no Brasil.
Estados Unidos, University of California – San Francisco/Universidade da Califórnia – Berkeley
“Será um privilégio poder estudar e aprender com os profissionais que são referências na minha área de pesquisa, em duas universidades renomadas e entre as dez melhores universidades do mundo, segundo a Times Higher Education. Vivenciar a prática clínica no serviço de saúde dos Estados Unidos, acompanhada de uma equipe altamente treinada, será uma experiência incrível e altamente potencializadora para qualificar o trabalho do grupo de pesquisa do qual participo na UCS.
A escolha pela Universidade da Califórnia – São Francisco e Berkeley – deve-se ao fato de deter a patente e os direitos autorais da tecnologia que estou pesquisando e pretendo trazer para o Brasil, a fim de que possa ser usada pelos profissionais da área da saúde para rastrear, prevenir e tratar Experiências Adversas na Infância.”
– Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia:
Ana Paula Vanin
Projeto: Desenvolvimento de biomaterial por funcionalização de exopolissacarídeo (1,6)(1,3)-B-D-gklucano de Schizophylum commune para exploração da sua aplicação em cicatrização de feridas.
Noruega, NTNU: Norwegian University of Science and Technology
“Sou doutoranda em Biotecnologia no Laboratório de Enzimas e Biomassas da UCS e estou muito entusiasmada para participar deste PDSE. É uma ótima oportunidade para os doutorandos aprenderem novas técnicas relacionadas aos nossos temas de pesquisa, trazê-las e difundi-las no nosso país e instituição de origem.
Eu vou para o grupo de Biofísica e Biopolímeros da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. O trabalho conduzido será o desenvolvimento de um biomaterial com um biopolímero produzido no nosso grupo de pesquisa, a partir de um cogumelo. Este biomaterial será testado para cicatrização de feridas em um modelo de pele humana ex vivo desenvolvido pela universidade anfitriã, no hospital universitário. O motivo para termos escolhido a universidade de destino é o conhecimento que o grupo de pesquisa possui acerca de polímeros de origem biológica e, principalmente, a possibilidade de aplicação do biomaterial, uma vez que não dispomos de tecnologia aplicada para alcançarmos este objetivo localmente.”
Bruno Cisilotto
Projeto: Avaliação de cultivares de uvas híbridas com potencial para elaboração de espumantes e otimização do uso de compostos nitrogenados durante a fermentação alcoólica como definidores do perfil aromático.
Itália, Fondazione Edmund Mach (FEM- CTT)
“Acredito que esse período, fazendo ciência fora do país, será um divisor de águas. A oportunidade de realizar uma pesquisa com colegas de outros países e o convívio acadêmico que vamos ter serão de grande valia qualitativa para o nosso futuro como cientistas. Durante esse tempo no exterior, teremos a chance de vivenciar um ambiente completamente diferente, com muitos desafios e aprendizados. A minha formação acadêmica da graduação é em Viticultura e Enologia e o curso de pós-graduação que realizo na UCS é o doutorado em Biotecnologia, com um projeto de estudo centrado na elaboração de espumantes. Por esse motivo, escolhi fazer esse intercâmbio na Fondazione Edmund Mach (FEM- CTT), instituição agrária especializada em uvas e vinhos, localizada na região do Trento, no Nordeste da Itália. Por conta de toda a tradição vitivinícola do país e, mais especificamente, pela região ser especializada na produção de espumantes de grande qualidade e a instituição FEM ser referência mundial em estudos relacionados com vinhos, acredito que a experiência será um enorme passo para o meu futuro acadêmico. Ao retornarmos, poderemos manter as parcerias estabelecidas, ajudando na internacionalização da ciência brasileira, e retribuir compartilhando os conhecimentos incorporados durante a experiência.”
Paula Sartori
Projeto: Microfibras Antimicrobianas para o Desenvolvimento de Elementos Filtrantes.
Irlanda, Technological University of the Shannon
“Sempre tive vontade de fazer parte do meu doutorado em uma instituição fora do Brasil. Acredito que este tipo de experiência seja extremamente enriquecedora, não só em relação ao currículo, mas, também, pessoalmente. A oportunidade de conviver diariamente com pessoas de outras culturas, dividir um pouco do que somos e compartilhar conhecimentos é minha maior motivação.
A Technological University of the Shannon tem a estrutura ideal para dar continuidade ao meu trabalho, além de já ser uma instituição parceira da UCS há algum tempo, o que também possibilitará a obtenção de uma dupla diplomação.”
– Programa de Pós-Graduação em Direito:
Caroline Ferri Burgel
Projeto: O conflito entre a extração de recursos naturais com potencial energético e os direitos indígenas: estudo de caso sobre o fracking no oeste do Paraná.
Portugal, Universidade de Lisboa
“Desde que ingressei no doutorado em Direito na UCS, visualizei o intercâmbio estudantil como a possibilidade de aprofundar a pesquisa com a professora Dra. Alexandra Aragão, referência de dois pilares da minha tese: o princípio da precaução e serviços ecossistêmicos. Na qualidade de bolsista da CAPES, eu me dedico integralmente às atividades doutorais, buscando me qualificar e desenvolver meu tema de pesquisa para contribuir com o conhecimento da área no país. O tema da pesquisa é o conflito entre a extração e exploração econômica de gás natural de folhelhos por meio da técnica de fraturamento hidráulico direcionável (fracking) e os direitos indígenas.
O estudo contempla a observação dos potenciais impactos do fracking aos povos originários localizados nas proximidades dos blocos exploratórios. A pesquisa tem o propósito principal de identificar juridicamente a situação de vulnerabilidade, ou não, das comunidades indígenas localizadas no oeste paranaense, em decorrência da possibilidade das atividades de extração de gás e óleo de folhelhos próximos às suas terras à luz da Constituição Federal de 1988 e da Convenção 169 da OIT – Organização Internacional do Trabalho.
Ambos os textos legais convergem no dever de proteção e de se fazer cumprir o direito indigenista e a defesa do meio ambiente, que é integrante do modo de vida e da cultura singular de cada comunidade. As atividades a serem desenvolvidas na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra serão enriquecedoras para a investigação e o desenvolvimento da pesquisa, contribuindo com a divulgação e a disseminação do debate sobre a necessidade de planejamento em termos de extração de recursos naturais, e para a compreensão do papel dos órgãos e agentes públicos implicados no processo de exploração de recursos com potencial energético em terras indígenas, tendo em conta as lesões de direitos já perpetradas e o acautelamento de lesões futuras.”
Foto: Daniela Schiavo
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