Alunos da EMEF Maria Borges Frota participam de contação de histórias em alusão à consciência negra

Atividade ocorreu na Biblioteca Pública Castro Alves e contou com alunos do 6º e 7º anos

Durantes o Mês da Consciência Negra, diversas ações e atividades são realizadas em alusão à data que evoca a luta do povo negro por uma sociedade mais igualitária e menos preconceituosa. Nesse horizonte de debates e reflexões, faz-se necessário vivências significativas como a contação de histórias que evoca narrativas essenciais e estruturantes para a difusão e acessibilidade à cultura negra. Dessa forma, a Biblioteca Pública Castro Alves está promovendo, com a EMEF Maria Borges Frota essa atividade tão importante para manter e dar continuidade às manifestações literárias que auxiliam na propagação e no cultivo de histórias expressivas de vidas negras.

O estagiário e contador de histórias da Biblioteca Pública, Vinícius Augusto Numer, se baseou em como a cultura africana transmite histórias, mantendo sua cultura, filosofia, religião e costumes, vivos na mente e coração de cada um. “Mabembe e a jornada Ubuntu” (que significa a união de todos), além de incentivar a busca pela sua ancestralidade e raízes, traz para o personagem principal uma missão.

“Ele sai do quilombo e passa por um processo de autoconhecimento descobrindo a filosofia Ubuntu, e, ao mesmo tempo, reencontra seus amigos avisando os caminhos para o quilombo. Além disso, a história se transforma em jogo interativo, aonde todos vão criando e desenvolvendo juntos, improvisadamente, a continuação da história que se faz viva. Por exemplo, para Mabembe ganhar o tambor sagrado que um griô (contador de histórias) lhe oferece, é necessário ter a coragem de cantar, tocar, igual aos ritmos da capoeira. Ainda, o personagem principal se conecta com a natureza, seja do reino animal, vegetal ou mineral, como uma onça, uma serpente, e inclusive uma montanha, até chegar no vilão que está desestruturando a energia do meio ambiente”.

Para Vinicius, a contação de histórias “é uma experiência literária para você se sentir no ambiente, junto às pessoas, sentindo o vento de noites misteriosas, presenciando o gosto, as cores, o cheiro dos lugares de outros tempos. É uma forma de manter a cultura de maneira oral, através do verbo, para manter as raízes e a nossa estrutura simbólica, ensinando de forma pedagógica e lúdica uma pessoa a se desenvolver e a dar sentido à vida, com um senso de pertencimento, ético e cultural”.

A professora do componente de Língua Portuguesa e que acompanhou a atividade, Roberta Segatto, ressalta sobre a necessidade de conhecer mais sobre a cultura africana. “O assunto consciência negra foi o fio condutor de uma atividade extremamente importante e enriquecedora para os alunos. É necessário conhecer mais sobre a cultura afro, incluindo aí a literatura e a contação de história, que faz parte da tradição dos povos africanos”.

A bibliotecária da Biblioteca Pública Castro Alves, Paula Porto, destaca que a contação de histórias “precisa fazer uma conexão com o humano. Nós somos imbuídos de histórias que, muitas vezes, são o reflexo de nossa cultura, de nossa vida. A Biblioteca Pública também tem esse papel de promover a inserção, a integração e a reflexão na sociedade de que somos culturas diversas e que preciso ocupar esses espaços de conhecimentos”.

 

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