A 4ª Jornada Gaúcha de Adoção e Acolhimento teve início na manhã desta quinta-feira (10/10), no auditório do Palácio da Justiça, em Porto Alegre.
Também estiveram presentes na abertura a promotora de justiça Cristiane Corrales, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação, Infância e Juventude do Ministério Público Estadual, a defensora pública Paula Simões Dutra de Oliveira, dirigente do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente da Defensoria Pública, o representante da OAB/RS, Carlos Kremer, e outras autoridades.
A jornada seguiu na parte da tarde e tem programação também nesta sexta, confira.
Durante dois dias, o encontro proporcionará uma imersão em debates e trocas de experiências entre diversos atores da rede de proteção.
A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades e representantes de instituições envolvidas na causa. O Juiz-Corregedor e Coordenador da CIJRS, Luís Antônio de Abreu Johnson, destacou a importância do evento em sua fala inicial. “Trazemos o tema da adoção e do acolhimento para que todos sejam felizes. Que tenhamos nesses dois dias debates intensos, com temas que abordem afetos, desafetos, encontros e desencontros, pois isso faz parte da construção do ser humano”, afirmou o magistrado.
O Juiz-Corregedor também agradeceu aos órgãos públicos e à equipe de trabalho da CIJRS, e ressaltou o papel fundamental do diálogo institucional. “A formação contínua de magistrados e equipes é essencial para reduzir a desassistência e vulnerabilidade das crianças e adolescentes. Nosso desafio é trabalhar em conjunto, com agilidade e qualidade, proporcionando-lhes a chance de crescerem em uma família, seja ela biológica ou legalmente reconhecida, mas sempre alicerçada pelo afeto e pelo amor”, concluiu.
Durante a jornada, representantes da rede de proteção à criança e ao adolescente abordarão temas como a ruptura de laços afetivos, os desafios da parentalidade adotiva, a criação de novos vínculos e a vulnerabilidade das crianças diante da recente calamidade climática no estado. O evento também visa desmistificar o processo de adoção, frequentemente visto como complexo e demorado, segundo o Juiz-Corregedor Johnson.
A primeira palestrante da manhã foi a assistente social do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Ana Kelen Dalpiaz, que apresentou o tema “O Rompimento dos Vínculos Afetivos no Contexto de uma Maternidade Pública de Porto Alegre”. Ela compartilhou sua experiência no espaço materno-infantil do hospital: “Posso dizer que vivi os sentimentos mais intensos da minha vida, em que precisei tomar as decisões mais difíceis e tive os maiores aprendizados”, relatou. Através de infográficos, Ana Dalpiaz apresentou dados sobre encaminhamentos ao Juizado da Infância e Juventude (JIJ), medidas de proteção e casos de entrega responsável entre 2023 e 2024.
Ela exemplificou casos de mães que chegam ao hospital em situações delicadas envolvendo rompimento afetivo, muitas vezes ligadas à ausência de rede de apoio, sofrimento psíquico, ausência paterna e violência sexual. Esses fatores, segundo Dalpiaz, são determinantes para a decisão de entrega dos filhos para adoção, uma medida que, embora dolorosa, é vista por muitas mães como uma forma de garantir melhores condições de vida para suas crianças. A palestrante também abordou as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e frisou a importância do acolhimento humanizado nesses momentos críticos.
Em seguida, a psicóloga Cláudia Simone Silveira dos Santos, também do HCPA, discutiu os desafios emocionais enfrentados por mães em vulnerabilidade e reforçou a necessidade de acolhimento humanizado. “Não se trata de ‘gostar ou não gostar’ do bebê, mas da capacidade real de cuidar dele. Quando uma mulher decide entregar seu bebê, o processo envolve um caminho emocional e gestacional complexo”, explicou. Ela destacou a importância do papel da equipe de assistência social e psicológica no apoio às mães.
O Coordenador-Geral da Rede Unida e professor da UFRGS, Alcindo Antônio Ferla, seguiu com uma reflexão sobre a separação compulsória de mães e bebês, qualificando o problema como um desafio civilizatório. Ele apontou falhas na rede institucional, como a ausência de pré-natal e a falta de contato com os serviços de saúde, ressaltando que esses fatores agravam a situação.
Encerrando os debates da manhã, a psicóloga Ana Celina Albornoz, da Fundação de Proteção Especial, destacou a importância do vínculo entre mãe e bebê para o desenvolvimento emocional e psíquico da criança, além dos desafios causados por privações socioculturais. Ela reforçou a necessidade de integração entre os setores da rede de proteção para atuar em prol da infância e adolescência.
Também estiveram presentes na abertura a promotora de justiça Cristiane Corrales, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação, Infância e Juventude do Ministério Público Estadual, a defensora pública Paula Simões Dutra de Oliveira, dirigente do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente da Defensoria Pública, o representante da OAB/RS, Carlos Kremer, e outras autoridades.
A jornada seguiu na parte da tarde e tem programação também nesta sexta, confira.
Fonte: TJRS
BRIGADA MILITAR PRENDE HOMEM POR TRÁFICO DE DROGAS NO JUVENTUDE DA ENOLOGIA, EM BENTO GONCALVES
ACIDENTE COM MORTE ENVOLVE VEÍCULO DE BENTO GONÇALVES NA BR 386, EM POUSO NOVO
BRIGADA MILITAR APREENDE ADOLESCENTE POR TRÁFICO DE DROGAS NO SÃO ROQUE, EM BENTO GONÇALVES