Será que um consumidor com nome inscrito em cadastros de inadimplência tem noção de seus gastos, dívidas e possui algum comportamento adequado de educação financeira? O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) tentou buscar essas respostas através de uma pesquisa nacional e revela que o conhecimento dos rendimentos e das contas entre os inadimplentes não é expressivo para a grande maioria. O levantamento mostra que mais de um quarto dos entrevistados negativados declararam pouco ou nenhum controle de suas finanças: 47% sabem muito pouco ou nada sobre seus rendimentos e 41% sobre as contas básicas.
Além disso, 59% dos inadimplentes têm pouco conhecimento sobre os valores dos produtos e serviços comprados no crédito que seriam pagos no mês seguinte à pesquisa e sobre quais são eles (55%). O número de parcelas das compras feitas no crédito também é bastante desconhecido: 40% dos inadimplentes sabem muito pouco ou nada a respeito.
“As contas básicas são justamente os gastos fixos, compromissos mensais e com valores normalmente pré-definidos como contas de água e luz, telefone, plano de saúde, aluguel, condomínio, parcelas do carro e escola dos filhos. Esses tipos de gastos são muito sensíveis a uma redução de receita, ocasionada, por exemplo, por uma situação de desemprego ou por outro imprevisto ― já que as despesas vão continuar existindo, mas não haverá caixa para supri-las”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “Dessa forma, é extremamente importante que o consumidor tenha controle sobre suas próprias contas e conheça o tamanho do próprio bolso”, pondera.
Assim, a pesquisa revela que uma consequência de negligenciar o conhecimento de seus próprios rendimentos e contas é o fato de 35% dos inadimplentes nunca ou na minoria das vezes conseguirem fechar o mês com todas as contas pagas, sem se endividar.
Por outro lado, a compra de alimentos, produtos de higiene e limpeza (31%), seguido por pagar no prazo as contas básicas mensais (24%) e pagar as contas em atraso que geraram a negativação do nome do entrevistado (20%) são as prioridades de pagamento deste público.
Fonte: SPC Brasil
Foto: Arquivo Rádio difusora
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