A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Ela atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, podendo causar lesões neurais que conferem à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação voltados às pessoas acometidas pela doença.
Enfermidade com mais de 4 mil anos de história, a hanseníase tem grande ocorrência no Brasil e, embora possa ser prevenida e tenha tratamento, ainda é motivo de muitos estigmas e preconceitos. Atualmente, o país ocupa a segunda posição mundial entre países que registram novos casos.
Segundo Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde no início de 2021, de todos os casos registrados nas Américas em 2019, 93% foram no Brasil – o que mostra a importância do combate à doença enquanto ameaça à saúde pública.
Desde 2020, as manchetes no mês de janeiro têm sido dominadas pela COVID-19, deslocando o olhar de outros problemas de saúde, como a hanseníase. Anualmente, no último domingo do mês de janeiro, é lembrado o Dia Mundial contra a Hanseníase e no dia 31 de janeiro é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, data instituída no Brasil pela Lei nº 12.135/2009 – o Janeiro Roxo
A hanseníase persiste como problema de saúde pública global, sendo responsável por aproximadamente 200 mil casos novos diagnosticados em todo o mundo anualmente. Além disto, milhões de pessoas ainda convivem com algum tipo de incapacidade física ou deficiência em decorrência da doença.
É uma doença infecciosa causada por um bacilo, Mycobacterium leprae, que se multiplica lentamente resultando em um período de incubação da doença, em média, de cinco anos. É provavelmente transmitida por gotículas, do nariz e da boca, durante o contato próximo e frequente com casos não tratados com a poliquimioterapia (PQT). Os sintomas podem ocorrer dentro do primeiro ano, mas também podem levar até 20 anos ou até mais para se expressarem. Ressalta-se que a hanseníase é curável com a PQT, um tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:
- lesão(ões) (manchas) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato);
- comprometimento do(s) nervo(s) periférico(s), geralmente espessamento (engrossamento), associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
- Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
- Áreas do corpo com sensação de formigamento e/ou fisgadas;
- Diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés;
- Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
A doença é primariamente neural, afetando principalmente a pele, os nervos periféricos, a mucosa do trato respiratório superior e os olhos. Trata-se de uma condição crônica negligenciada que tem implicações críticas para as pessoas acometidas tanto físicas, como danos progressivos e permanentes à pele, nervos, membros e olhos gerando incapacidade física e deficiência, quanto sociais, como estigma, preconceito e restrição à participação social. Está fortemente associada às condições de pobreza e vulnerabilidade social, potencializando o contexto de exclusão social. Ressalta-se que mulheres e crianças são particularmente vulneráveis às “sequelas” sociais e econômicas da doença.
A superação do grave impacto individual e coletivo da hanseníase vai além do diagnóstico precoce e tratamento oportuno, alinhados à prevenção de incapacidade física. Além disto, requer uma mudança de mentalidade para que a doença não seja mais uma fonte de medo, vergonha ou preconceito. O acesso aos serviços de saúde deve estar garantido, com qualidade, com vistas ao alcance dos direitos humanos em uma vida com dignidade dentro da sociedade.
A prevenção da doença passa pelo diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada, com caso novo diagnosticado de hanseníase. Abordagens centradas nas pessoas acometidas, integrando imunoprofilaxia (vacina BCG) e quimioprofilaxia têm sido adotadas com êxito mais recentemente. Outros estudos seguem com o foco de eliminar a transmissão da doença até 2030.
Fonte: SBMT
Foto: Reprodução SBMT
(RM)
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