1º Fórum Movergs de Design expõe desafios e oportunidades para o setor moveleiro

Mais de 150 empresários, profissionais e estudantes ligados ao setor participaram do evento que debateu temas atuais e relevantes

Compreender a demanda do consumidor, explorar a brasilidade, fortalecer a marca e interpretar tendências foram alguns temas colocados em pauta, nesta quinta-feira, 19 de julho, durante o 1º Fórum Movergs de Design. O evento realizado pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), em parceria com o Stúdio Marta Manente, tem a intenção de democratizar o design como forma de alavancar os negócios da indústria moveleira gaúcha.

Volnei Benini, presidente da Movergs, ressaltou a importância de levar o tema para dentro das empresas, independentemente do porte, como forma de agregar maior valor ao produto. O evento contou com o patrocínio da Eucatex e o apoio do Sindmóveis, Projeto Raiz e Prêmio Salão Design.

Milão 2018 para ser interpretada
O primeiro painel, intitulado ‘Milão 2018 – Interpretação e aplicação das tendências na indústria moveleira’, foi mediado pela jornalista Eleone Prestes e reuniu um quarteto composto pelas designers Marta Manente e Mila Rodrigues, a arquitetura Selma de Sá e o diretor do Grupo Unicasa, Edson Busin. Conexão com a natureza, aplicação de pedras, cores aconchegantes, tons terrosos, transparência nas portas de vidro e cortes em 45 graus foram algumas propostas apontadas pelos profissionais como referências na Semana de Design de Milão, ocorrida em abril.

Eleone ressaltou que cada vez mais o design é uma experiência e quem trabalha nesse segmento precisa proporcionar isso aos consumidores. Marta, que expôs na capital mundial do design pela terceira vez por meio do Projeto Raiz, do Sindmóveis, enfatizou que o Brasil tem ganhado cada vez mais espaço no evento. “Milão me ajuda a fazer uma tradução”, apontou. Busin ressaltou que Milão é uma oportunidade de estudar e interpretar tendências, porém, alertou que é preciso saber filtrar, visto os consumidores brasileiros possuem características e comportamentos diferenciados”, ressaltou.

A designer Mila Rodrigues, enfatizou que Milão é uma experiência maravilhosa e engrandecedora e Selma complementou que é preciso explorar as ideias em prol da brasilidade, do colorido, do clima do Brasil.

Multidisciplinaridade
O segundo painel tratou do tema ‘Design, além da forma: ferramenta estratégica para a indústria gerar valor’ com a mediação de Ana Brum, do Centro Brasil Design (CBD), e a participação da designer Andrea Krause, da Eucatex; designer Eduardo Núncio, da Móveis Carraro, e Renato Bernardi, do Instituto Senai de Tecnologia em Madeira e Mobiliário.

Ana Brum destacou que o design precisa ser lapidado e compreendido por todos os setores das empresas e o empresário precisa abraçar essa causa. “É preciso trabalhar coletivamente”, enfatizou. Andrea, apontou que o design tem a função de inovar, criar, refletir uma experiência que as pessoas ainda não tiveram. Eduardo também enfatizou que o design é uma atividade multidisciplinar e hoje trata-se muito mais de um produto final que o consumidor leva para casa.

“A função do designer deixou de ser estético-cultural, mas muito mais social e econômica”. Renato também enfatizou a importância de estruturar equipes multidisciplinares, o que proporcionará projetos conceituais, com menos riscos de erros e, consequentemente, custos menores. “É importante que a empresa trabalhe para desenvolver produtos de qualidade que não retornem por algum tipo de defeito.

Design Experience
O design como experiência voltado à forma, à textura, à função e à expressão foi abordado por Carolina Vitolla, responsável pela área de desenvolvimento de produção e colourmatching dos decors da Interprint do Brasil. Quatro conceitos-chaves concebidos pela Interprint nortearam as reflexões de Carolina: Non-Conform ou a estética do imperfeito; Smart Material por meio de materiais inteligentes; Up/Cycling ou proporcionar segunda vida a uma matéria-prima; Co-Everything representa a força do nós como ferramenta para gerar mais valor.

Internacionalização
Ana Cristina Schneider, consultora para o mercado internacional do Sindmóveis, mediou o painel ‘Internacionalização: o design brasileiro no mundo’ e que contou com a participação de Wilson Schuster, da Móveis Schuster; o designer Ronald Scliar Sasson, do Estúdio Ronald Sasson; e Tiago Buffon, da Promob Softwares Solution.

Sasson aconselhou os profissionais a desenvolverem um design bem feito e inovador, fugindo das cópias. “É preciso contar uma história, integrar o produto/coleção ao meio, a uma proposta estética, fica muito mais fácil vender o produto isolado e isso transcende cada vez mais o trabalho do designer”. Schuster lembrou que começou a trabalhar com móveis com valor agregado mais elevado para serem vendidos nas lojas em 1999.

“Não posso aceitar que um produto seja concebido sem um designer. Isso é respeitar o consumidor e construir uma imagem correta lá fora”. Como conselho, Schuster sugeriu que os designers sigam suas raízes, mesmo que esses produtos tenham tendências internacionais. Tiago falou da experiência da Promob na América Latina e como maior desafio da internacionalização, apontou que o trabalho das empresas brasileiras ainda gera dúvida no mercado externo. “É fundamental persistência, pois os resultados são conquistados a médio e longo prazo”.

Marketing digital
Comunicar a proposta de valor de forma eficaz e focar no porquê de uma empresa existir foi o objetivo da palestra do fundador e CEO do Viva Decor, Diego Simon, com o tema ‘O ‘Marketing digital na indústria moveleira: técnicas para atrair público e potencializar a sua marca’. De acordo com Simon, a marca precisa ser conhecida, ter seus produtos admirados e passar confiança. “A comunicação de forma especializada faz muita diferença para você se comunicar com o público desejado”. De acordo com o CEO, 81% dos consumidores fecham negócios depois do quinto contato com a marca e 93% das compras começam com uma busca online.

Agente de transformação
De forma descontraída, o designer Paulo Biacchi, da Fetiche Design, encerrou o 1º Fórum Movergs de Design abordando ‘O novo consumidor de design’. Para Biacchi, o design é um agente de transformação e pode ser fundamental para os mais diversos propósitos. Exemplificou em imagens o poder social do design com uma criança transportando 50 litros de água, de forma segura, graças ao desenvolvimento de um produto inteligente.

Bacchi acredita que é preciso achar soluções para consumidores exigentes, como móveis mais inteligentes, soluções para pequenos espaços como móveis ajustáveis, dobráveis e multifuncionais. “O consumidor está mais exigente e mais informado, devido ao acesso a ferramentas como as mídias sociais. É preciso entender o consumidor, levar para dentro de casa a bossa brasileira, a exploração da luz, a tropicalização, mais cores, acabamentos tipicamente brasileiros como portas com tramas. “O design não é estilo, não é adjetivo, é propósito”.

Fonte: Adri Silva Agência de Comunicação

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