Os imigrantes italianos na até então Colônia Dona Isabel chegavam em locais que, hoje, são conhecidos e marcam o início do processo civilizatório. Um desses locais foi no bairro Barracão, onde, em 1876, foi construído um barracão de taquaras coberto de capim para receber os novos habitantes: seria o primeiro abrigo dos novos habitantes para depois irem para os lotes e terrenos designados. Para marcar esse legado, nesta terça-feira (20), foi entregue, na Piazza Arrivare, a revitalização do monumento comemorativo no local.
Na pedra, lê-se “Aqui, um barracão abrigou imigrantes 1876-1995”. E na placa, fixada ontem, a “Homenagem aos 150 Anos da Imigração Italiana no Estado. Marco da imigração italiana no Barracão. O local recebe a homenagem dos alunos das escolas General Rondon e Nossa Senhora da Salete revivendo a chegada dos imigrantes”.
Na ocasião, os alunos realizaram apresentações artísticas, caracterizados como antigamente, e trazendo objetos e instrumentos que representaram o trabalho, a fé e a culinária.
A pedra traz um recorte temporal que faz menção ao livro escrito de forma coletiva por Maria de Fátima Dill Silveira Zardo, Michele Fiametti Zanatta, Marinez Dal’Mas Lunelli e Cecília Maria Camerin Pompermayer, “Barracão – Um pedaço esquecido da história”, lançado em 1995, em homenagem aos 120 Anos da Imigração Italiana.
O Coro Caminhos de Pedra, fundado em 2004, entoou canções folclóricas como “Addio mia bella, addio”, que representa a ida dos soldados italianos que partiam para a guerra, que data do século XVIII; “Sirio”, navio que partiu de Genova, na Itália e naufragou na costa oriental da Espanha em 4 de agosto de 1906, causando a morte de pelo menos duzentos emigrantes italianos e espanhóis com destino ao Brasil, Uruguai e Argentina; e “Viva la nostra America”, que fala da euforia, a satisfação dos imigrantes e seus descentes em “conquistar” a América.
O evento contou com a presença de autoridades como os Secretários de Cultura, Evandro Soares, de Agricultura, Luiz Carlos De Mari, de Turismo, Henrique Nuncio, o Senhor Tarcísio Vasco Michelon, o subprefeito do distrito de São Pedro, Leonildo Cavalet, a agente consular da Agência Consular Honorária da Itália, Tais Ferrari, a diretora da EMEF General Randon, Gisele Pozza Ferrari Cavalli, a professora de Talian e membro da Associação Caminhos de Pedra, Mirna Madalosso, e o padre
Leonildo Cavalet falou sobre a luta e perseverança dos imigrantes. “Nesse dia comemorativo, estamos aqui reunidos para homenagear essas pessoas que vieram de tão longe e chegando aqui não acharam nada. Foram heróis, pois fizeram tanto para construir uma cidadania”.
Tarcísio Vasco Michelon, representando a Associação Caminhos de Pedra, destacou sobre a memória histórica. “Estou muito feliz de estar aqui. Nós fomos colonizados por pessoas determinadas a vencer. Somos jovens no processo histórico e precisamos celebrar os esforços dos nossos antepassados, que 80 % eram italianos, os outros, poloneses”.
Henrique Nuncio ressaltou a missão da Secretaria de Turismo de valorizar a história do município. “Nós, como Secretaria de Turismo, acabamos apresentando para todo o Brasil essa cultura legada pelos imigrantes, que desbravaram toda a nossa cidade e região. É preciso comemorar esse legado que tanto nos inspira a promover suas riquezas”.
Luiz Carlos De Mari salientou sobre como o momento traz a valorização da memória. “É uma marca da nossa civilização. Imaginem como era esse local há 150 anos, com nada desenvolvido, e criaram a nossa cidade, transmitindo um legado de fé, de trabalho e principalmente, de compartilhar os bons momentos. Por isso estamos aqui, compartilhando esse pedaço da história que estruturou as bases e os valores de nosso município”.
Evandro Soares enfatizou sobre a continuidade para as gerações. “Aqui temos um dos marcos históricos do município. A cada dia continuamos renovando a nossa fé e o nosso trabalho e, principalmente, nos inspirando a crescer cada vez mais como sociedade, fortalecendo e preservando a Cultura Italiana e suas manifestações nas diversas áreas, propulsionando o desenvolvimento de Bento Gonçalves”.
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