Quando o relógio marcou 23 horas desta terça, 21, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Rogério Carbone dava por encerrado o encontro que pretendia ser um divisor de águas no que se refere à Segurança Pública de Bento Gonçalves. A reunião havia começado pouco depois das 19h30, com representantes de vários setores da comunidade local como Ministério Público, Polícia Civil, Prefeitura e Câmara de Vereadores, além de dezenas de lojistas. Durante o período em que as discussões se davam no 5º andar do prédio da CDL, na área central do município, a Brigada Militar já havia abordado 47 motoqueiros e mais de 15 pessoas em atitudes consideradas “suspeitas”. Uma onda de assaltos a estabelecimentos comerciais vem tirando o sono de todos, sem exceção, daqueles presentes ao encontro. E não é errado dizer que da população em geral. A maioria das ações contra o comércio têm sido cometidas por homens que entram no estabelecimento de capacete e portando uma arma.
De acordo com dados apresentados pelo 3° Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (3° Bpat) durante a reunião, no ano passado, no mês de junho, foram 12 roubos a estabelecimentos comerciais de Bento. Em 2016, até esta terça, foram registrados 36 crimes desta natureza, sendo 8 no centro. A média de duração de um roubo a estabelecimento comercial não passa de 10 segundos, sendo que os valores levados são de aproximadamente R$ 200.
AÇÕES CONTRA A CRIMINALIDADE – Preparado para ser questionado sobre o que a Administração Municipal vem fazendo contra a criminalidade, o prefeito Guilherme Pasin (PP) apresentou sete medidas emergenciais para amenizar o problema. Entre elas, a criação de uma comissão permanente pró-construção do Presídio Regional, cujo projeto está trancado em questões burocráticas e judiciais, desde 2011. O chefe do Executivo também anunciou que a partir do ano que vem, estará no Orçamento Municipal, uma rubrica exclusiva para a área da segurança, oriunda de impostos arrecadados junto a empresas de monitoramento. O major Álvaro Martinelli, comandante do 3° Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (3° Bpat), se mostrou satisfeito com o encontro.
Por vários momentos, tanto Pasin quanto os integrantes do Ministério Público (MP), da BM e da Polícia Civil (PC) foram perguntados sobre a importância ou não da criação da Guarda Municipal. E, ao que tudo indica, ela está descartada. O prefeito explicou que para o surgimento da Guarda, seria necessário retirar dos outros órgãos de Segurança, as verbas que o Executivo destina.
O titular da 2º Distrito Policial, delegado Álvaro Luiz Pacheco Becker, pediu que os comerciantes não deixem de registrar ocorrência, mesmo que o valor levado ou o dano não seja grande. “Com as ocorrências em mãos, temos como alertar a Secretaria de Segurança Pública e o próprio Governo Estadual, de que as estatísticas mudaram”, disse Becker. “E quando o acusado for detido, quem registrou a ocorrência precisa confirmar que foi aquela pessoa que cometeu o crime. Sem essa confirmação, fica difícil mantê-lo preso”, completou o delegado. O presidente da CDL apoiou o pedido de Álvaro Becker, reiterando que “os associados da entidade têm sido incentivados a sempre prestar queixa sobre os crimes”.
R$ 13 MILHÕES DEVOLVIDOS – Sobre a construção do presídio, presídio Guilherme Pasin lembrou que em 2011, R$ 13 milhões foram devolvidos ao Governo Federal, porque não haviam sido usados para seu fim. Agora, há um projeto em andamento para a realização de um convênio com empresas privadas. “Estas empresas construiriam a penitenciária e, em troca, receberiam os chamados imóveis inservíveis, para explorá-los comercialmente”, contou o prefeito. “Tirar o presídio do Centro não é questão estética, muito menos imobiliária. É uma questão de segurança e que precisa ser levada em consideração imediatamente”, bradou em seguida.
Ele antecipou que no dia 30 de junho, haverá uma reunião com o secretário estadual de Segurança Pública, Wantuir Francisco Brasil Jacini. “Estamos aguardando a confirmação da presença do governador José Ivo Sartori (PMDB) no encontro”, completou Pasin. Na ocasião, uma comissão formada a partir da reunião desta terça pode também participar.
Um projeto de lei que cria o Fundo Municipal de Reaparelhamento da Polícia (Fumrepol) está sendo organizado. A ideia é destinar recursos específicos para a Brigada Militar e Polícia Civil. O fundo seria alimentado pelos impostos arrecadados junto a empresas de segurança.
Saiba quais são as ações anunciadas pelo prefeito de Bento Gonçalves, visando maior sensação de segurança para a população:
1 – Comissão permanente pró-construção do Presídio Regional e que também buscará recursos para a área da segurança;
2 – Depósito imediato de R$ 57 mil à Fundação Consepro de Apoio à Segurança Pública de Bento Gonçalves;
3 – Cedência de servidores públicos para monitoramento das câmeras de segurança, para que os integrantes da Brigada Militar possam se dedicar ao policiamento ostensivo;
4 – Instalação de mais duas câmeras, essas de alta resolução (22 vezes mais resolução) e troca de outras três, também com qualidade full hd;
5 – Aquisição de uma câmera por mês até o final do mandato;
6 – Implantação de um software junto ao Centro de Comando de vídeomonitoramento, que faz o controle total dos veículos que circulam em cinco acessos de Bento Gonçalves;
7 – Criação de uma rubrica exclusiva no Orçamento Municipal de 2017 para a segurança, alimentada pelos impostos arrecadados junto a empresas de monitoramento.
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