Pré-candidato à Presidência, Flávio Rocha, participa de palestra no CIC-BG

Flávio Rocha (PRB), pré-candidato a presidente do Brasil, tem voado pelo país em defesa da família – esse é um dos eixos centrais de sua campanha. O executivo da Riachuelo cruzou extremos geográficos – viajou ontem de Manaus (AM) para Bento Gonçalves – para participar da palestra-almoço promovida no dia 11 de maio pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços. E foi aplaudido pelo auditório ao defender a família.

“Esta é uma eleição que se dará no terreno dos valores, precisamos apresentar uma reação indignada a esta tática sórdida de atacar nossos valores mais fundamentais, principalmente da família que está sendo atacada de todos os lados”, disse.

Ele foi o principal executivo do Grupo Guararapes, que inclui as Lojas Riachuelo, e é um dos 15 maiores empregadores do país, com 40 mil colaboradores diretos. Além disso, fundou o Instituto do Desenvolvimento do Varejo e hoje está à frente do Brasil 200, movimento que promove ideias liberais no país.

Rocha fez uma analogia ao naufrágio do Titanic para justificar sua candidatura, decisão à qual considerou a mais difícil de sua vida. Disse que vislumbrava não um iceberg, mas dois – um simbolizando a extrema-esquerda e outro a extrema-direita –, ambos representando como destino o desastre. Para ele, o primeiro reflete o desapreço ao valor da democracia e o segundo, ideias anacrônicas que deixaram 14 milhões de desempregados.

Defensor de ideias liberais, o pré-candidato disse que existe hoje no Brasil um “xiitismo trabalhista”. Isso causou, segundo ele, uma visão ideologizada anticapitalista e antiempreendedora que contaminou todas as áreas da gestão pública e destruiu a competitividade brasileira. “Procura-se qualquer faísca para jogar um balde de gasolina para causar conflito, capital contra trabalho, rico contra pobre, nordeste contra sul e sudeste. É um conflito entre os que puxam a carruagem e uma pequena minoria da aristocracia tóxica que se apropriou do Estado em benefício próprio”, disse.

Segundo ele, o Brasil precisa de quatro reformas para voltar a ter competitividade e avançar. A trabalhista, em andamento, apresentou melhorias, como queda nos processos trabalhistas, segundo ele, mas é necessário também reformas tributária, previdenciária e estrutural, no sentido de enxugar a máquina pública.

“Vejo soluções não com o aumento de barreiras protecionistas, a nossa lógica não onerar as importações, é desonerar a produção local. E podemos fazer isso rapidamente com as quatro reformas”, comentou.

O presidenciável também disse que as empresas bem-sucedidas têm foco total no cliente, enquanto o Estado preocupa-se com seus privilégios e corporações. “Existe Estado demais onde não precisa ter Estado, e Estado de menos onde ele é essencial e insubstituível”. Quanto à segurança pública, Rocha disse que ela também está contaminada ideologicamente, com a socialização da culpa e da vitimização do criminoso. Para ele, a esquerda defende bandido e a direita as corporações. “Realmente as instituições precisam ser prestigiadas de fato, mas quem está na total orfandade são as vítimas”, disse.

Rocha enxerga nesta eleição uma chance para o Brasil mudar. Acredita que a mudança no financiamento das campanhas acabará com as contrapartidas que existiam em outras disputas. “Por uma felicidade das circunstâncias eu vou poder financiar minha campanha. Descobri que isso inspira uma forte confiança na sociedade, porque o compromisso é com minhas ideias, independentemente de quem vier apoiar. Não terei nenhuma contrapartida a devolver a quem quer que seja”.

Engajamento político do empresariado é necessário

Mais do que a linha de pensamento de um dos pré-candidatos à presidência da República nas eleições de outubro deste ano, a palestra-almoço realizada no CIC-BG cumpriu outra importante função: sensibilizar o empresariado acerca da importância do engajamento político em favor do desenvolvimento da sociedade.

Convicto de tal necessidade, o presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, Elton Paulo Gialdi, convidou o público a refletir sobre esse compromisso coletivo. “A decisão de Flavio Rocha de voltar para a vida política partidária merece ser enaltecida. Essa atitude revela uma postura na qual eu, particularmente, acredito e apoio. Entendo que o empresariado do Brasil deve se envolver muito mais na vida pública e política do país, independentemente de qualquer convicção partidária. Talvez, somente tendo um empresário no posto máximo de nosso país consigamos ser melhor compreendidos e mais apoiados”. Em tom de desabafo, criticou algumas posturas públicas que desestimulam o desenvolvimento econômico.

“Os governos que se sucederam desde a época do Reinado somente aumentaram a voracidade por tributos, impostos que a população não percebe serem bem empregados em favor da sociedade. Essa dinheirama somente paga a incompetência, a inoperância e a corrupção desta nação fantástica chamada Brasil”, disse.

Gialdi ponderou, ainda, que o exercício político é vital nas sociedades democráticas. “Precisamos tomar consciência que é nossa responsabilidade fazer com que o Brasil dê certo ou não, e a política é o instrumento para isso. Não podemos, portanto, sermos omissos. É hora de assumirmos nosso papel ativo de agentes políticos e promovermos as transformações que queremos ver. Nesse ano tão importante no cenário político nacional, com eleições que definirão nossos governantes pelos próximos quatro anos, vamos exercer nosso papel político. Vamos participar do processo de construção da nação, ocupar com responsabilidade nosso espaço no cenário político. Devemos construir uma ponte entre a iniciativa privada e os poderes públicos do nosso país. Somente assim conseguiremos erguer um Brasil mais justo, mais equilibrado, com condições mais adequadas de crescimento”, refletiu.


Fotos: Barbara Salvatti

Fonte: Exata Comunicação

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