O quarto entrevistado da serie “SUS: 30 anos” define o Sistema Único de Saúde como um serviço em que 80% da população necessita. Este é o entendimento da Associação Médica de Bento Gonçalves (Ameb), na visão do presidente Roges Pisani.
O médico entende que a tabela do SUS é atualmente um gargalo a ser resolvido para melhor atender os interesses da classe médica. “A gente pode dizer que anda muito defasada. O retorno de uma consulta médica pela tabela os valores são insignificantes. Uma consulta chega a ser R$ 5, dependendo a área. Se o médico fosse receber apenas o valor, não conseguiria manter atendimento em nenhuma situação”, disse.
O profissional defende a realização de concursos públicos no interior, para motivar os médicos. “Acontece uma situação comum de acordo entre médico, prefeito e Secretário da Saúde, depois o médico se desloca e o acordo não é cumprido”, reforçou Pisani.
Em termos de estrutura outro empecilho é a chegada do paciente, que muitas vezes, ocorre tardiamente. “O paciente precisa do diagnóstico, de uma cirurgia, daí se tem a dificuldade de onde atendemos o paciente na realidade brasileira, não apresenta condições adequadas. São diversas situações que às vezes dificultam uma melhora mais rápida do paciente”, disse ainda o presidente.
O grande desafio do SUS ainda é encontrar um equilíbrio até mesmo de aceitação. Em âmbito nacional a desaprovação é grande, chega a 85%, conforme dados da pesquisa Ibope.
“O SUS é tratado de maneira diferente. Os Governos tratam diferente a Capital e o interior. Vejo que o SUS em alguns lugares merece nota 10, em outros, infelizmente nota zero”, finalizou o médico.
Por fim, nesta sexta-feira (2) a entrevista final é com o diretor superintendente do Hospital Tacchini, Hilton Mancio.
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Fonte: Central de Jornalismo da Difusora
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