Dando sequência à serie de entrevistas sobre os trinta anos do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rádio Difusora apresentou nesta terça-feira, dia 27, a segunda entrevista da série “SUS: 30 anos”.
Criado em 1988, pela Constituição Federal Brasileira, que determina que é dever do Estado garantir saúde a toda população, o SUS coleciona opiniões contrárias e favoráveis. Em âmbito nacional a desaprovação é grande, chega a 85%, conforme dados da pesquisa Ibope.
Hoje, no programa Rádio Jornal 1ª Edição, entre as 7h e 8h, nós conversamos com a coordenadora da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ªCRS), Solange Sonda. A 5ª CRS, com sede em Caxias do Sul, abrange atualmente 49 municípios, entre eles Bento Gonçalves, e atende uma população de mais de 1 milhão de pessoas. Solange destaca as mudanças do SUS nesses 30 anos e fala sobre os principais avanços na região de abrangência da 5ª CRS.
“Se a gente lembrar de como era há trinta anos atrás, só podia procurar o SUS, quem era trabalhador e que tinha na carteira de trabalho aquele comprovante, hoje o SUS é aberto para todas as pessoas. E também a gente pode falar nos avanços, principalmente na nossa região, vários serviços foram credenciados, hoje é referência pra Caxias e região, o serviço de Oncologia. Um anexo no Hospital Tacchini e outro no Hospital Geral, que tem equipamentos muito modernos e que atendem 49 municípios. Sabemos que temos ainda algumas dificuldades mas temos que ressaltar os avanços que tivermos nesses trinta anos”.
Com relação ás Filas de espera, a coordenadora destaca o setor de Traumatologia como a principal demanda da CRS “a nossa grande demanda em termos de 5ª Coordenadoria hoje é a Traumatologia. Porque na urgência e emergência as pessoas estão sendo atendidas, mas nas cirurgias eletivas nós temos uma lista de espera considerável”
Segundo ela a região está bem servida de leitos, porém ainda há uma certa demanda nos leitos de UTI, “Nos hospitais nós temos leitos suficientes, mas talvez nós tenhamos uma demanda maior referente a leitos de UTI, claro que não é sempre que falta, mas em alguns momentos a gente tem falta de leito de UTI. É importante ressaltar que a população vem crescendo, tem pessoas de outras regiões migrando pra nossa região, e o último hospital que veio foi o Hospital Geral, e quantas crianças nasceram depois que o Geral veio pra Caxias e quanta gente migrou de outros estados?” argumentou.
Todos os anos, os municípios tem de tirar recursos de seus cofres para suprir atrasos em repasses do estado e da União. Segundo Solange esses repasse hoje estão em dia. Ela fala também sobre a defasagem da tabela do SUS e sugere o pagamento por produção.
“Hoje o estado não deve mais nada para os hospitais, está quitado. Referente a tabela, há anos que não se tem o reajuste da tabela, mesmo que houvesse um reajuste de 100 % a tabela seguiria defasada, acho que o ideal seria pagar por produção, daí conforme produção eles – os hospitais e os médicos que atendem pelo SUS – conseguiriam receber mais”
Pra encerrar a coordenadora avaliou o atendimento do SUS na região de abrangência da 5ª coordenadoria e alertou para que a população também faça a sua parte “eu como usuária do sistema acredito que a gente é bem atendido, se tu for ver o SUS é o único que te dá direito a consulta, a exame e medicação, e vale salientar que é o único a dar direito a cirurgia e transplante. Nós temos as dificuldades sim, mas temos que ressaltar as coisa boas que o SUS oferta. A população também tem que fazer a sua parte, o ano passado por exemplo, no Hospital Geral, em quatro meses, mais do que 230 pessoas deixaram de comparecer pra fazer exames, o custo fica elevado porque o profissional fica esperando o paciente e ele não vai, tirando a vaga de outra pessoa, então a população tem que ter a consciência de que ela também faz parte do SUS e depende muito dela o bom funcionamento do sistema”. Finalizou Solange Sonda, coordenadora da 5ª CRS.
A serie de entrevistas continua nesta quarta, dia 28, durante o “Rádio Jornal 1ª edição”, das 7h às 8h. Na quarta-feira (28) o entrevistado é o secretário de Saúde de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira.
O especial na quinta-feira (1º de março) conversa com a Associação Médica de Bento Gonçalves (Ameb), onde o presidente o médico Roges Pisani, manifesta-se sobre o tema.
Por fim, na sexta-feira (2) a entrevista final é com o diretor superintendente do Hospital Tacchini, Hilton Mancio.
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