O laudo de perícia nos arquivos do Drousys e do MyWebDay, sistemas de comunicação e de contabilidade do setor de propinas, da Odebrecht, apresentado pela Polícia Federal na sexta-feira à Justiça Federal, confirma a autenticidade das provas entregues na delação da empreiteira, no processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de receber R$ 12,2 milhões na compra de um terreno que serviria de sede para o Instituto Lula, em São Paulo. O documento, de 325 páginas, marca uma das etapas finais da segunda ação penal em que Lula será julgado pelo juiz federal Sérgio Moro por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.
O laudo 335/2018, do Setor Técnico-Científico da PF do Paraná, pode encerrar a fase de diligências e, na avaliação de advogados e investigadores ouvidos em reservado pela reportagem, aprofunda os elementos que indicam o setor de propinas da Odebrecht como origem de parte dos recursos da compra – depois desfeita – do terreno da Rua Haberbeck Brandão, 178. O documento afasta ainda a tese que buscava invalidar o material entregue pela Odebrecht e seus delatores no acordo de colaboração fechado com o Ministério Público Federal sob o argumento de que ele havia sido violado, segundo apurou a reportagem.
Lula é acusado nesse segundo processo de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter sido supostamente beneficiado no esquema de cartel e corrupção da Petrobrás com o acerto de R$ 12,4 milhões em propinas da Odebrecht. A maior parte na compra no terreno e R$ 504 mil na compra do apartamento ocupado por ele vizinho ao seu, no Edifício Hill House, em São Bernardo do Campo. O imóvel, adquirido em 2010, em nome de Glaucos da Costamarques Bumlai, que também atuou na compra do terreno, mas foi substituído pela construtora do amigo de Marcelo Odebrecht DAG Construtora, é usado pelo ex-presidente desde 2003, pelo menos.
Para Lava Jato, Glaucos, primo do amigo de Lula José Carlos Bumlai, é “laranja” e nunca recebeu aluguel pelo imóvel. O laudo pericial entregue à Justiça confirma que os dados que constam no processo sobre a origem dos R$ 12 milhões usados pela DAG para compra do terreno e dos R$ 500 mil usados por Glaucos para adquirir o apartamento tiveram origem na Odebrecht, parte dele no Setor de Operações Estruturadas.
Fonte e foto: Correio do Povo
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