Projeto de Lei coloca em risco 80 empregos em duas lojas, e contraria mediação acertada pela Prefeitura em 2017
O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Caxias do Sul encaminhou nesta quinta-feira (18) ofício ao prefeito da cidade, Daniel Antonio Guerra, questionando o projeto de Lei 238/2017, que propõe a alienação de capital social da Farmácia do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (Ipam). Protocolado em 12 de dezembro, o PL vai contra o acordado em mediação realizada pelo MPT em janeiro de 2017.
Naquela ocasião, a Prefeitura comprometeu-se a buscar a regularização da forma societária da farmácia como sociedade anônima, a fim de evitar o encerramento de suas atividades, explica a procuradora do MPT Mônica Fenalti Delgado Pasetto, responsável pelo caso. A Prefeitura não deu seguimento aos trâmites.
Ainda de acordo com a procuradora, foi constituída uma comissão de representantes de todos os interessados, para solucionar o assunto e evitar que mais de 80 pessoas ficassem sem seus empregos, e a sociedade, sem o serviço que é prestado pela Farmácia. “Não há prova dos autos de que houve prévia consulta aos interessados sobre a venda”, destacou a procuradora. “Tampouco o MPT foi comunicado da decisão, contrariando o ajustado em audiência”.
O PL propõe a venda das duas unidades da farmácia a “pessoa física ou jurídica de direito privado com atuação na área de exploração econômica”. A Prefeitura tem 15 dias para apresentar resposta ao ofício, além de documentos que comprovem a exposição de motivos do PL. A farmácia do Ipam atende ao público em geral e a mais de 250 empresas conveniadas, além de servidores municipais, através do convênio com o IPAM, contando com duas lojas situadas no Centro de Caxias do Sul: sua matriz, na Rua Pinheiro Machado, nº 2281, aberta 24h todos os dias, e uma filial, na Rua Alfredo Chaves, nº 930, aberta de segunda à sábado.
Alegações
A Prefeitura alega, no projeto de Lei, realizar a venda pelo não atendimento do pressuposto de relevante interesse coletivo da atividade comercial da farmácia, pelo fato de o recebimento de repasses do Poder Público ofender à livre concorrência, pelas dificuldades quanto à forma societária e pela queda nos lucros, entre outros.
O MPT ressalta que houve lucro expressivo em 2016 e em anos anteriores, além de não ter verificado nenhum repasse direto de valores do Poder Público à farmácia.
A comissão de empregados afirma que o lucro decrescente em 2017 se deve a decisões prejudiciais do conselho gestor da empresa (cujo diretor administrativo é indicado pelo Executivo), como burocratização do processo de compra e negociação de preço de medicamentos com fornecedores, cancelamento de mídia gratuita, proibição de compra de artigos de perfumaria, encerramento de convênios com os estacionamentos e eliminação de logo e telefone nas sacolas. O lucro da farmácia, que em 2016 era de R$ 813 mil, caiu para R$ 72 mil em 2017, até o mês de novembro.
Fonte: MPT
Impasse sobre projetos atrasa obras de proteção contra enchentes no RS
INSS identificou descontos irregulares em setembro de 2024
Estrada da Comunidade Santa Lúcia, no Vale dos Vinhedos, recebe obra de pavimentação