Vereadores aprovam admissibilidade para pedido e impeachment do prefeito de Caxias

O novo pedido de processo de impeachment na Câmara Municipal de Vereadores de Caxias do Sul, contra o prefeito Daniel Guerra (PRB), dominou os debates e teve aprovação pelos parlamentares em sessão desta terça-feira, dia 12.

No entendimento dos parlamentares, é legítima a terceira denúncia para apuração de infrações político-administrativas, crimes de responsabilidade e atos de improbidade administrativa contra o prefeito.

Favorável à admissibilidade do processo, o petista disse que a Câmara nunca colocou obstáculos à atual administração municipal e que a denúncia em pauta força o prefeito a manter um diálogo com a comunidade. Beltrão cobrou projetos mais consistentes por parte do Executivo.

Périco acrescentou que, até em Brasília, falam que o município de Caxias do Sul estaria parado por conta da atual gestão municipal. Por outro lado, o peemedebista ressaltou que os vereadores têm trabalhado bastante pela comunidade com o propósito de honrar os votos e o apoio recebido.

Em aparte, a vereadora Ana Corso defendeu o adiamento do processo, para que possa avaliar bem o conteúdo apresentado pelos denunciantes, em especial se há fundamentos que apontem o crime de responsabilidade. Ela disse que a tendência é pela admissibilidade, mas entende necessária a cautela, com leitura profunda de toda a denúncia antes de tomar uma decisão.

Em nome da liderança do PDT, Rafael Bueno denunciou ameaças e criticou gastos e conteúdo contido na peça publicitária veiculada na mídia convencional e agora em 170 ônibus da concessionária do serviço.

O pedetista entende que o governo Guerra promoveu um estelionato eleitoral, pois investe em propaganda mal feita enquanto mantém fechada a UBS do Cristo Redentor, pronta desde o início do ano. A saúde está sendo cremada em Caxias do Sul, disse o vereador.

A líder do PSDB, Paula Ioris, lembrou que sempre pregou diálogo nos episódios envolvendo a administração com os médicos, no debate sobre o equilíbrio financeiro do contrato com a Visate, e em outras oportunidades, sempre defendendo uma condução séria dos temas de repercussão pública.

Nos dois pedidos anteriores de impeachment, a vereadora avaliou que era cedo para isso e que os fatos poderiam servir para uma reflexão sobre a necessidade de melhorar as relações.

Agora, no entanto, após ler todo o processo, decidiu votar pela admissibilidade. Faz isso também pelo desmonte da coordenadoria da mulher e pela farsa da redução dos CCs e aumento das Funções Gratificadas. Foi apoiada em aparte por Gladis Frizzo/PMDB.

Adiló Didomenico, líder do PTB, após traçar um histórico das denúncias que fez desde os primeiros dias do governo apontando para o quadro de desmonte da máquina pública, anunciou a decisão de sua bancada sobre o terceiro pedido de impeachment. Assegura que o único caminho a ser adotado, diante das 82 polêmicas provocadas pelo prefeito neste período, é votar pela admissibilidade.

O petebista justificou a posição ao ver a cidade sem rumo, sem projeto de governo, com secretários municipais proibidos de atender vereadores e comunitaristas, ao mesmo tempo em que, por incompetência, perde recursos para ajudar Vila Oliva, por exemplo.

O petebista alertou para a rede de fakes montada para desmoralizar vereadores e lastima o que foi feito quando, na última votação para admitir a admissibilidade do impeachment, e não o impeachment em si, acabou aparecendo em um outdoor ao lado de mais quatro vereadores, cuja autoria até hoje não se conhece. Sua fala teve apartes de apoio de Édio Elói Frizzo/PSB e Rafael Bueno, que também constaram no outdoor.

O líder do PSD, Kiko Girardi, resgatou sua posição nas votações anteriores quando votou de forma consciente contra a admissibilidade dos pedidos de impeachment. Agora, todavia, votará a favor da admissibilidade, pois entende que não será pedido de adiamento por um dia que irá mudar o entendimento do conjunto, que será visto ao longo do trâmite até a votação final sobre a cassação ou não.

Kiko manifestou estar tranquilo com o que leu do processo porque se alinha ao tratamento que vem recebendo do Executivo, tornando pública sua contrariedade ao que vem ocorrendo com seu bairro Serrano, hoje embargado, tema sobre o qual falará no Grande Expediente desta quarta-feira. Em apartes de apoio falaram os vereadores Edson da Rosa/PMDB e Rafael Bueno.

O líder do PR, vereador Renato Nunes, fez a defesa do governo Guerra. Comparou o comportamento adotado pelos partidos em Brasília ao que está acontecendo neste caso em Caxias, onde partidos fecham questão para votar contra ou a favor de interesses do governo, reformas, etc.

Associou o que aconteceu com Dilma, agora para tirar Tremer, igual a Caxias, onde se fecha questão sobre admissibilidade do pedido de impeachment. Diz não temer a decisão porque está convencido que não há crime de responsabilidade e sim são questões políticas.

A defesa de Nunes incluiu o fato positivo de que Guerra em um ano praticamente cumpriu mais da metade das promessas de campanha que fez, com o que despertou a reação dos adversários políticos viciados em se juntar para lotear a prefeitura.

Para ele, o fato de em menos de um ano terem ingressado na Câmara três pedidos de impeachment demonstra a existência de uma orquestração de políticos e partidos derrotados nas eleições. Tudo planejado, assegura, desde quando diziam que tinham a maioria dos vereadores. Avaliou que se a admissibilidade for aprovada, o prefeito vai responder, mas considera tudo isso sabotagem.

O líder do PCdoB, Renato Oliveira, rebateu as críticas de Nunes às posições dos vereadores que vão votar pela admissibilidade. Parabenizou o vereador governista por defender gestão que levou à exoneração 82 médicos do Centro Especializado de Saúde. Com tristeza vê a administração chegar ao ponto em que chegou, o que o fará votar pela admissibilidade do pedido de impeachment, quando exerce seu quinto mandato eletivo.

O comunista, contrapondo a fala de Renato Nunes, pondera que ter maioria numa Câmara ou não, passa longe da eficiência e seriedade de uma gestão. Lembrou a atuação do então prefeito Pepe Vargas, que administrou com minoria na Câmara e nem por isso teve qualquer pedido de impeachment contra sua administração. Por fim lembrou que dos 31 projetos enviados à Câmara de Vereadores pelo Executivo, somente um foi rejeitado, o que prova que a Casa nunca faltou aos seus compromissos com o município. Pensa que ninguém tenta derrubar Guerra. Ele está caindo por tropeçar na sua soberba.

Foram concedidos apartes os vereadores Rafael Bueno, Ana Corso, Alceu Thomé e Edson da Rosa. A vereadora Ana, que tinha encaminhado adiamento de um dia para apreciar a matéria sobre impeachment, voltou atrás e declarou seu voto pela admissibilidade.

Fonte: Câmara de Caxias do Sul

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