Em quase duas décadas, o Rio Grande do Sul registrou um aumento do percentual de recém-nascidos prematuros em 0,37%, indicando a necessidade de acesso a leitos de cuidados intensivos neonatais. Ao mesmo tempo, foi preciso desenvolver programas de seguimento ambulatorial com uma equipe diversificada de profissionais com um olhar global para a criança prematura.
– Existem algumas hipóteses que podem explicar esta estatística, como os altos índices de cesarianas eletivas e a estruturação dos dados, visto que anteriormente fetos ou natimortos não eram registrados. Além disso, também houve melhoria do cuidado geral à gestante de alto risco e ao neonato, com novas medicações, nutrição parental, cuidados ventilatórios e políticas de cuidados centrados no paciente que têm representado ótimos resultados de sobrevida a prematuros com cada vez menos idade gestacional – explica a neonatologista e associada da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Rita de Cássia Silveira.
Devido à possibilidade de a criança apresentar sequelas motoras, como dificuldade para caminhar, e cognitivas, como déficit de aprendizagem em níveis variados, doenças psiquiátricas e distúrbios comportamentais, é preciso que haja um acompanhamento após a alta hospitalar.
– As consequências cognitivas são as que mais preocupam pois na maioria dos casos, elas aparecem mais tarde e é no acompanhamento do programa de seguimento ambulatorial que podemos prevenir e tratar de forma adequada – complementa Rita.
A pediatra neonatologista coordena o Ambulatório de Seguimento de Prematuros do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, referência nacional e modelo para a América Latina. Iniciado em 2004, o serviço atende em média 140 crianças na agenda clínica do residente de neonatologia e conta com mais de 350 atendimentos multiprofissionais como fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem, serviço social e terapia ocupacional. O ambulatório é realizado em parceria com os programas de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
– No momento em que há escassez de recursos financeiros, o investimento em formação e capacitação de pessoas é fundamental. Precisamos que as famílias estejam bem orientadas no cuidado, trabalhando a prevenção e estimulação da criança prematura. O acompanhamento adequado e monitorização do crescimento e do desenvolvimento assim como a prevenção de doenças faz com que haja menor procura de emergências, promove de hospitalização e, embora ainda não tenhamos dados no Brasil, certamente reduz custos – finaliza Rita de Cassia Silveira.
O pré-natal ainda é a principal forma de reduzir o risco de parto prematuro, embora as causas da prematuridade sejam múltiplas. As principais são infecção materna e pré-eclâmpsia, por isto a necessidade do cuidado integral da gestante e do controle de pressão.
Fonte: Playpress
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