Mais de 100 produtores, técnicos, estudantes e profissionais do setor agropecuário estiveram no auditório da Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (30) para o Seminário Técnico de Olivicultura, promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Emater, Sebrae, Senar, Farsul e Embrapa, com apoio do Ibraoliva, Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, destacou a importância de o Estado desenvolver seu papel de fomentador de novos setores econômicos, como o da olivicultura, “que é uma cultura milenar, mas ainda muito recente para nós”. “Aqui estamos dando mais um passo numa longa caminhada, que se iniciou há alguns anos. Criamos o programa Pró-Oliva, abordando sanidade, assistência técnica, fomento, para alavancar o setor. E sempre tivemos a preocupação de integrar e unir os produtores, o que se concretizou com a criação do Instituto Brasileiro da Olivicultura, o Ibraoliva, este ano”, enumerou.
O secretário também informou que o cadastro dos olivicultores conduzido pela Seapi, que está entrando em fase de conclusão, já mapeou mais de 2 mil hectares e mais de 100 produtores de olivais no Rio Grande do Sul. “É importante porque assim teremos informações fidedignas para nos dar uma radiografia e o panorama exato deste setor, acompanhando sua evolução e crescimento”, explicou.
O presidente do Ibraoliva, Eudes Marchetti, apresentou um breve balanço das ações realizadas pelo Instituto, criado há apenas três meses, como a busca por parcerias com empresas do setor agrícola e reuniões frequentes para alinhamento de ações e planejamento estratégico. Marchetti destacou que, apesar de recente, a produção brasileira na olivicultura está conquistando seu espaço no mercado internacional. “Em dois anos o azeite brasileiro já conquistou vários prêmios internacionais. O passaporte para o mercado internacional nós já temos. Precisamos acertar material genético, nutrição e manejo para que a nossa produção dê um salto”, avaliou.
Também estiveram presentes à abertura o superintendente federal do MAPA, Bernardo Todeschini; o secretário-adjunto da SDR, Iberê Orsi; o presidente da Emater/RS-Ascar, Clair Kuhn; o chefe-adjunto da Embrapa Clima Temperado, Jair Nachtigal; o superintendente do Senar/RS, Gilmar Tietbohl; e o superintendente do Sebrae, Derly Fialho.
Planejamento de olivais
A primeira palestra do Seminário foi ministrada pelo engenheiro agrônomo argentino Facundo Herrera, que abordou o planejamento de um olival. O consultor listou as decisões a serem tomadas pelo produtor antes da implantação: a estrutura, sistema de cultivo, sistema de coleta a ser implementado; escolha do terreno, com topografias inclinadas, sem encharcamento e bons níveis de material orgânico; a orientação do plantio, observando critérios de erosão e de drenagem do ar frio; seleção da variedade a ser plantada, levando em conta aspectos como produção, adaptação, disponibilidade, qualidade/singularidade; a gestão dos solos, se será um piso coberto de bandas ou piso com cobertura total; e a irrigação.
Controle de pragas
O pesquisador Dori Edson Nava, da Embrapa Clima Temperado, falou sobre o controle da lagarta-da-oliveira (Palpita spp). Ele abordou o ciclo de vida do inseto e suas características biológicas. “Seus principais danos aos olivais é que elas se alimentam das folhas mais novas, e ao se alimentar das brotações, impedem que a cultura se desenvolva deforma saudável no ano seguinte”, disse.
O monitoramento é feito com armadilhas luminosas com lâmpadas ultravioleta, instaladas a cada seis ou dez hectares. “É bom para períodos de grande infestação, como janeiro e fevereiro”, sugeriu. Nava disse que é possível fazer controle biológico com predadores naturais e patógenos que atingem a lagarta-da-oliveira, e que o único produto químico com registro para a cultura é o espinetoram.
O pesquisador também pontuou que estudos estão em andamento para acompanhar o desenvolvimento do inseto em diferentes cultivares e seu comportamento reprodutivo, flutuação populacional e quantificar os danos ocasionados à cultura. “Nossas linhas de pesquisa querem usar o feromônio sexual da lagarta para desenvolver uma forma de controle e monitoramento”, concluiu.
O Seminário continua na parte da tarde com palestras sobre cuidados na formação de um olival, políticas públicas para o setor e critérios na avaliação sensorial do azeite.
Fonte: Secretaria da Agricultura do RS
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