O 1º Curso Nacional de Multiplicadores da Patrulha Maria da Penha termina no sábado (11), com a participação de 18 alunos oficiais e praças da Brigada Militar (BM). A capacitação começou na segunda-feira (6) e integra as ações do Plano Nacional de Segurança Pública. O objetivo do curso, que acontece na Academia de Polícia Militar, em Porto Alegre, é multiplicar o número de equipes especializadas e nacionalizar o combate e a prevenção à violência contra a mulher.
De acordo com a coordenadora técnica da Patrulha Maria da Penha no Rio Grande do Sul, capitã Clarisse Heck, essa etapa do Projeto de Nacionalização da Patrulha, iniciada no RS, é uma conquista para a BM, que tem a oportunidade de capacitar oficiais para atuar como formadores de integrantes da Patrulha em suas respectivas regiões e municípios.
“A luta é pela igualdade de direitos entre o homem e a mulher, mas é necessário erradicar a violência doméstica e familiar, prática ainda comum na sociedade gaúcha e brasileira”, alertou.
A capitã Clarisse esclareceu que muitos dos crimes praticados contra a mulher não são registrados nas Delegacias de Polícia em virtude do constrangimento pela qual as vítimas são submetidas. Desse modo, segundo ela, a BM inclui, em cada guarnição da Patrulha Maria da Penha, uma policial militar feminina que, pela sua própria condição de mulher, pode romper barreiras e encorajar a vítima a participar do esforço de vários órgãos estaduais na conscientização da importância do registro desse tipo de crime.
“O silêncio da vítima é um estímulo ao prosseguimento das agressões que podem chegar até a violência física e ao feminicídio, como evidenciam os dados estatísticos colhidos pelo Observatório de Violência no RS a partir de 2012. Por isso, é fundamental a participação feminina nas guarnições da Patrulha Maria da Penha. A mulher tem mais condições de entender, de compreender e de apoiar outra mulher nesses momentos”, alertou.
Uma das futuras integrantes da Patrulha é a capitã Laura Benemann, 41 anos. Ela é uma das participantes do curso e está na BM desde 2007. Atuando no 21º BPM (Restinga), tem experiência no policiamento ostensivo. Na sexta-feira (3), a capitã Benemann deparou-se com um caso de violência doméstica, no qual a vítima estava sozinha na hora da agressão e bastante fragilizada. Ela atendeu à ocorrência, junto com outros policiais militares e, nesse momento, sentiu a importância da presença feminina na guarnição.
“Fiquei acompanhando a vítima até ela registrar a ocorrência, apoiando, transmitindo segurança e explicando a necessidade do registro”, destacou.
Durante a semana, em 60 horas/aula, os participantes debatem temas como Relações de gênero e direitos humanos; Atuação legal; Técnica policial na perspectiva da Patrulha Maria da Penha; e Instrumentos de controle e proteção na prevenção e enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.
O curso é uma promoção da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp/MJSP) que capacita policiais militares de diversos estados para o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. Depois do Rio Grande do Sul, já estão programadas edições em Goiânia (GO) e Salvador (BA).
Fonte: Palacio Piratini
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