Promover a ressocialização, oportunizando capacitação profissional, desenvolvimento artístico e intelectual. Esses são os objetivos do projeto Arte Criativa, iniciativa da Cadeia Pública de Porto Alegre (CCPA) que já atendeu a mais de 100 apenados e tem obras expostas em diversos eventos no Rio Grande do Sul.
Criada em 2016, a ação visa a construir uma proposta inovadora de trabalho educacional no sistema prisional. As aulas, inspiradas no modelo de aprendizagem ‘professor-detento/aluno-detento’, capacitam o apenado e possibilitam a sua profissionalização como artesão, assegurando melhores condições de ressocialização.
O projeto está ligado à Atividade de Valoração Humana (AVH), programa que tem como objetivo principal o desenvolvimento de atividades laborais e de aprendizagem. Integrando formação educacional e profissional, a AVH cria possibilidades para inclusão social e fomenta ações de cidadania, proporciona a geração de renda e a remissão da pena.
O secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, conheceu as instalações onde são ministradas as aulas e oficinas. A visita, ocorrida na terça-feira (5), foi acompanhada da superintendente dos Serviços Penitenciários, Marli Ane Stock, e do diretor da CPPA, tenente-coronel Marcelo Gayer.
Schirmer destacou a qualidade do material produzido e a importância da expansão das atividades. “O trabalho dos detentos impressiona e nos motiva a replicar esse modelo em outras unidades. Mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos no sistema prisional, é possível observar que os presos se mobilizam quando é oferecida uma alternativa”.
Inicialmente, o projeto tinha 40 alunos. Hoje, as aulas são ofertadas a 80 detentos, divididos em duas turmas. O foco atual está no reaproveitamento de materiais, priorizando a sustentabilidade e a responsabilidade social.
“Para possibilitar a ressocialização é necessário colocar em prática as medidas de assistência existentes, visando ao cumprimento da Lei de Execução Penal. Nosso desafio maior é a busca constante por parceiros, essencial para a continuidade dos trabalhos”, afirmou Gayer.
O processo de aprendizado
O curso tem 50 horas-aulas, englobando atividades teóricas e práticas, tendo como professor um apenado com registro profissional de artesão, auxiliado por três detentos. O processo de avaliação do material produzido é realizado de forma sistemática: o aluno está sob observação permanente, sendo verificado o desenvolvimento intelectual e o aprendizado, além da disciplina e da responsabilidade. Ao final, uma comissão designada pela Casa do Artesão do Rio Grande do Sul fica responsável pela classificação e pelo registro dos artesãos.
Presença em eventos e exposições
O trabalho dos apenados da CPPA já esteve presente em eventos como a Expointer e a Transposul; junto à exposição fotográfica ‘Hefesto’, da Operação Desmanche; e na Festa na Rua (que celebra o aniversário de criação do Estado de Israel). Fez parte, também, da exposição ‘Crime, Trabalho e Arte’, da Fundação da Magistratura do Trabalho do Rio Grande do Sul (Femargs).
Atualmente, as peças de metal produzidas no projeto estão em exposição no teatro da Universidade do Vale do Taquari (Univates), onde permanecerão até 22 de setembro. Interessados podem entrar em contato pelo e-mail assessoria-pcpa@susepe.rs.gov.br ou pelo telefone (51) 3288-4469.
Fonte: Palácio do Piratini
Fotos: Rodrigo Ziebell/SSP
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