Os números de empregabilidade do mês de junho, em Bento Gonçalves, foram negativos. Houve o fechamento de 203 postos de trabalho, enquanto que em maio foram 50. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), esse cenário foi liderado pela indústria da transformação com 83 desligamentos a mais do que admissões.
A explicação desse cenário se deve a fatores políticos, conforme a coordenadora do Observatório do Trabalho, da Universidade de Caxias do Sul, Lodonha Coimbra Soares. A expectativa era de que a economia começasse a deslanchar em função do movimento relacionado à aprovação das reformas da previdência e trabalhista, de acordo com ela.
A empregabilidade negativa está seguida pelo comércio com um saldo nada positivo de -40. Aliás, todos os ramos avaliados no município foram negativos no sexto mês do ano, a não ser áreas como a de extrativismo mineral em que o saldo foi 0.
“A economia não é uma ciência exata, é uma ciência social e ela muito vai embalada pelos acontecimentos políticos. Nos últimos meses, principalmente, a situação política, a situação do presidente ficou um tanto balançada pelas denúncias e isso afetou, de novo, a credibilidade que o governo pudesse estar realizando todas as reformas que ele tinha se empenhado em fazer”, afirma.
No país, a empregabilidade registrou números positivos com cerca de 9,8 mil admissões a mais do que desligamentos durante o mês de junho. Um cenário que não se refletiu no Rio Grande do Sul, onde, em média, 9,5 mil postos foram fechados, com a indústria da transformação liderando os números negativos, assim como foi em Bento Gonçalves.
Com o cenário que se apresenta, Lodonha afirma que houve uma nova retração, com investimentos deixando de serem feitos. De acordo com a coordenadora, o setor da indústria da transformação, mais lentamente, começa a retomar o processo de crescimento. Conforme ela, com a credibilidade em baixa, há uma retração de todos os agentes, com a diminuição de consumo.
Foto: Site da Agência Brasil
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