Com o dólar alto, o turismo interno tem se beneficiado no Brasil, e só não está num patamar melhor por conta da crise que assola a economia nacional. Ainda assim, cidades com belas atrações naturais e roteiros estabelecidos têm conseguido se manter em evidência e ser uma importante fonte de renda para os cofres municipais – estima-se que um hóspede gaste entre R$ 350 e R$ 400 por dia.
É o caso de Bento Gonçalves, onde o Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (SEGH) estima, na média, uma taxa de ocupação nos hotéis em torno de 60% nos meses de junho e julho – 10 pontos percentuais a mais do que a média anual. Com a economia ainda cambaleante, a projeção é que os números sejam, no mínimo, mantidos, mas o sindicato ainda trabalha com a hipótese de ver esse índice ser ampliado em 10%. “Percebemos que o perfil do turista mudou, apostando no fracionamento das férias, focando mais no turismo interno, programações, observando destinos do entorno, de menor distância. O setor vem ofertando pacotes com atrativos agregados, valores competitivos e promoção do turismo”, diz a diretora executiva do SEGH Uva e Vinho, Márcia Ferronato.
Este comportamento diferente foi percebido no Hotel Vinocap, onde a meta é alcançar os 60% de ocupação dos leitos em julho. “Em anos anteriores de férias tínhamos praticamente o mês todo de julho lotado, depois isso alterou para a segunda quinzena de julho e o ano passado somente houve movimento nos finais de semana”, observa a gerente do hotel, Soraia Lima da Veiga.
No Hotel Villa Michelon, a percepção é a mesma. “Temos uma grande tendência de famílias que costumavam viajar para o exterior voltarem os olhos para os destinos nacionais, e o Vale dos Vinhedos tem se concretizado como destino enoturístico mais famoso do Brasil”, comenta o diretor do empreendimento, Moysés Michelon. As reservas para o Laghetto Viverone, por exemplo, já estão em 63% da capacidade do hotel, mas a expectativa é que cheguem a 80%. “As pessoas estão deixando para a última hora”, comenta o supervisor de recepção, Iuri Kirinus.
Sejam em roteiros mais recentes, como o voltado para o turismo de aventura – Eulália –, ou nos já consolidados, direcionados aos atrativos de charme – Vale dos Vinhedos e Caminhos de Pedra –, a cidade tem conseguido se manter visitada também aos finais de semana, mesmo em períodos não considerados de alta temporada. O esforço coletivo do setor e o empreendedorismo do empresariado têm feito de Bento Gonçalves um destino celebrado no país.
Ações como o Dia do Vinho, com programação em voga neste ano entre 19 de maio e 4 de junho, são importantes iniciativas do setor que contribuem para a ocupação hoteleira. No Farina Park Hotel, por exemplo, o período foi utilizado para promoções aos hóspedes. “Criamos um prato especial para o evento, e quem o pedia no nosso restaurante ganhava uma taça de vinho. Também colocamos alguns dos vinhos de nossa carta com até 30% de desconto”, diz o coordenador de marketing do hotel, Eduardo Vasselai Farina.
Exemplos como esses mostram de que maneiras é possível encontrar oportunidades para bons negócios. “Empresas criativas e dispostas a buscar diferenciais em seus produtos e serviços têm conseguido cultivar resultados favoráveis. Vale o desafio de investir em inovação, qualificação e diversificação para surpreender e fidelizar os clientes, fazendo proveito de elementos importantes que nossa cidade tem a felicidade de oferecer. Somado ao talento empreendedor do empresariado, esse fator é um grande atrativo para o sucesso”, avalia o presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, Laudir M. Piccoli.
Fonte: Exata Comunicação
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